Estudo comparativo da toxicidade e dos mecanismos de ação tóxica de nanopartículas de cobre e cobre em duas espécies de peixes da Amazônia: Apistogramma agassizii e Paracheirodon axlerodi

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mota, Susana Braz
Orientador(a): Val, Vera Maria Fonseca de Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11388
http://lattes.cnpq.br/1619385871631270
Resumo: Nanopartículas de óxido de cobre (nCuO) são amplamente utilizadas como componentes na fabricação de tintas anti-incrustantes para revestimento de barcos, navios e estruturas submersas e, quando liberadas para o ambiente, podem promover toxicidade para organismos aquáticos. O presente trabalho teve como objetivo avaliar os efeitos das nCuO e do cobre dissolvido em duas espécies de peixes da Amazônia: Apistogramma agassizii e Paracheirodon axelrodi. Primeiramente foi determinada a toxicidade dos compostos às duas espécies (CL50-96h), e então os peixes foram expostos a 50% da CL50 nCuO (A. agassizii 375 μg L-1 e P. axelrodi 460 μg L-1) e 50% da CL50 Cu (A. agassizii 20 μg L-1 e P. axelrodi 22,9 μg L-1) por 24, 48, 72 e 96 horas. A taxa metabólica (MO2), respostas osmorregulatórias, capacidade de fosforilação oxidativa e geração de ROS nas mitocôndrias foram avaliadas, além das respostas de defesa antioxidante e danos morfológicos no epitélio branquial das espécies estudadas. Os resultados mostraram um forte aumento do MO2 e um maior efeito histopatológico na morfologia das brânquias em P. axelrodi expostos ao cobre. Embora o consumo oxigênio não tenha sido alterado após a exposição ao cobre em A. agassizii, um aumento evidente foi observado após 48h de exposição ao nCuO. Além disso, estes animais apresentaram aumento no extravasamento de prótons da membrana mitocondrial em resposta à exposição à nCuO e Cu, indicando um desbalanço entre a respiração celular e a produção de ATP, diminuindo assim a Taxa de Controle Respiratório (RCR). Curiosamente, esse desacoplamento foi diretamente relacionado com um aumento da produção de ROS. Nossos resultados revelam diferentes estratégias metabólicas entre as duas espécies estudadas em resposta ao nCuO e Cu, indicando que diferentes mecanismos de ação tóxica dos contaminantes estão associados à sensibilidade intrínseca dessas duas espécies.