Degradação ambiental e presença de espécies de peixes não nativas em pequenos igarapés de terra firme de Manaus, Amazonas
Ano de defesa: | 2014 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
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Programa de Pós-Graduação: |
Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: | https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11363 http://lattes.cnpq.br/0669024467962623 |
Resumo: | Vários fatores determinam a distribuição das espécies na natureza, e a importância de cada um depende da escala de análise. Em escala regional, os principais fatores que influenciam a distribuição das espécies são as interações com o meio onde vivem e com a biota local. O presente estudo investigou o processo de ocupação de igarapés de pequena ordem da área urbana de Manaus, Estado do Amazonas, por espécies de peixes não nativas. Para isso, foi testada a influência da degradação ambiental e das características de história de vida das espécies nativas como mecanismos facilitadores ou restritivos à invasão pelas espécies não nativas. Foram amostrados 28 igarapés, onde foram mensuradas diversas características ambientais (estruturais e limnológicas) e obtidas amostras da ictiofauna. As coletas de peixes foram realizadas em trechos de 50 m de comprimento, utilizando peneiras, puçás, malhadeiras e redes de cerco por aproximadamente duas horas em cada local. Foram registradas 49 espécies, sendo 33 nativas e 16 não nativas. As espécies não nativas foram pouco frequentes e pouco abundantes e habitaram locais com alterações ambientais moderadas a severas, mas não foram registradas nos igarapés íntegros. A perda de qualidade ambiental nos igarapés decorrente dos impactos antrópicos foi acompanhada pela substituição da maioria das espécies nativas por um pequeno número de espécies não nativas, restando somente aquelas que possuem estratégias de vida que as permitem sobreviver nesses locais degradados (por exemplo, capacidade de respiração aérea, ovoviviparidade e dieta baseada no consumo de detritos). Uma análise de regressão logística múltipla indicou que a perda de qualidade ambiental nos igarapés foi o principal fator influenciando a ocupação por espécies não nativas. O conhecimento acerca das estratégias de vida das espécies nos permite prever quais espécies nativas poderão suportar alterações ambientais severas nos igarapés e quais serão localmente extirpadas. Da mesma forma, essas informações nos permitem prever quais espécies não nativas têm potencial para ocupar ambientes fortemente descaracterizados e poluídos. A perda da maioria das espécies nativas observada na maior parte dos igarapés urbanos de Manaus, seguida pela substituição por poucas espécies não nativas, constitui um fenômeno de homogeneização biótica que resulta em uma evidente perda de biodiversidade. Medidas que reduzam ou mitiguem os impactos antrópicos sobre os igarapés de Manaus são necessárias, tanto para que se evite uma maior dispersão de espécies não nativas nesses ambientes, quanto para o bem-estar da própria população humana que vive às margens desses igarapés em Manaus. |