Influência de alterações da floresta ripária na ocorrência e dieta de loricariídeos (Siluriformes) em igarapés de terra firme da Amazônia central

• Ano de defesa: 2007
• Autor(a) principal: Lacerda, Paula de ávila
• Orientador(a): Zuanon, Jansen Alfredo Sampaio
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
• Programa de Pós-Graduação: Biologia de Água Doce e Pesca Interior - BADPI
• Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/11330; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4739341H6

Os igarapés compõem um dos principais ambientes aquáticos que ocorrem na Floresta Amazônica. Um dos mais importantes produtores primários nesses sistemas lóticos é o perifíton, cuja composição pode variar com o nível de irradiação, o tipo de substrato e sua localização no riacho. Algas e detritos são componentes comuns na alimentação da ictiofauna tropical, incluindo várias espécies de loricariídeos. Há evidências sobre a existência de táticas alimentares diferenciadas e especializadas entre loricariídeos, o que permitiria uma seleção precisa dos alimentos ingeridos por esses peixes. Neste estudo, foi testada a hipótese de que alterações na abertura do dossel provocam efeitos diretos sobre o perifíton e indiretos sobre assembléias de loricariídeos em igarapés de terra firme da Amazônia Central. Foram feitas amostragens de fatores ambientais, coletas de perifíton e de seis espécies de loricariídeos em 13 igarapés de terra firme na região de Manaus. A presença de loricariídeos foi registrada em apenas quatro desses igarapés, e a maior abundância no igarapé Samaúma pode estar relacionada com características químicas da água, decorrentes de perturbações antropogênicas. A maior riqueza de loricariídeos registrada no igarapé Dimona-Capoeira Ponte pode estar relacionada com características da estrutura do igarapé (largura, profundidade, vazão) e com uma alta disponibilidade de substratos para forrageamento. Não houve variação significativa na abertura de dossel e densidade de perifíton entre os igarapés. Diferenças na composição perifítica entre os igarapés foram acompanhadas por mudanças na composição da dieta dos loricariídeos. As seis espécies de loricariídeos estudadas apresentaram seletividade quanto aos grupos de algas ingeridos, o que pode estar relacionado com a existência de partição de recursos entre elas nos trechos de igarapés estudados. Modificações ambientais em igarapés de terra firme da Amazônia Central podem resultar em aumento populacional de certas espécies de loricariídeos, devido provavelmente a alterações na qualidade da água, disponibilidade de substratos, composição do sedimento e estrutura da comunidade perifítica.