Efeitos da alimentação suplementar na progênie de Melipona interrupta Latreille, 1811 e M. seminigra Friese, 1903

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Gurgel, Eduardo Gentil Ginani
Orientador(a): Carvalho-Zilse, Gislene Almeida
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia - INPA
Programa de Pós-Graduação: Entomologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/12501
http://lattes.cnpq.br/7685555091313330
Resumo: Tanto em ambientes naturais quanto em culturas agrícolas as abelhas são consideradas os principais polinizadores. Estima-se que as pertencentes à tribo Meliponini sejam responsáveis por 30 a 90% da polinização da flora nativa. Devido ao desmatamento, à má gestão dos recursos naturais e também às variações naturais das condições climáticas propícias ao desenvolvimento das colônias de Meliponini, se faz necessário o desenvolvimento de técnicas de alimentação artificial e de estudos que avaliem as suas consequências no desenvolvimento das abelhas submetidas ao seu uso. Nesse trabalho foram oferecidos três tipos de alimentação artificial, a saber: xarope, xarope enriquecido com pólen e xarope enriquecido com o composto vitamínico Vitagold®, além do grupo controle; e todos os grupos estavam livres para coletarem recursos na natureza. Os efeitos das alimentações foram verificados na progênie de 40 colônias de duas espécies de Meliponini, sendo 20 de Melipona interrupta e 20 de M. seminigra, ao que tange a segregação de sexo e casta, oviposição e morfometria (massa, comprimento e largura do tórax, distância interorbital e área da corbícula). Cinco colônias foram usadas em cada grupo tratamento para ambas as espécies. Constatou-se que os grupos que não receberam alimentação extra produziram uma menor quantidade de células de cria, se comparado com os grupos com alimentação suplementar. Para ambas as espécies, o grupo que mais produziu células de cria foi o alimentado com xarope + complexo vitamínico, seguido pelo que recebeu xarope e por último, o que recebeu xarope + pólen. Entretanto o resultado não foi estatisticamente significativo entre os grupos com alimentação extra. Mas as diferenças encontradas entre os tratamentos, mesmo pequenas, podem fazer a diferença em épocas de estresses ambientais. Foi observado que a frequência de produção de rainhas e machos aumentou à medida que a disponibilidade de alimento na natureza aumentou, em meados de setembro e outubro. A quantidade de larvas inviáveis (podres) foi aferida e não mostrou resultado estatisticamente significativo para nenhum tipo de tratamento experimental, o que mostra a necessidade que mais estudos sejam realizados a fim de investigar as causas dessa produção inviável. A massa das abelhas aumentou com o passar do tempo experimental e, de forma geral, as menores massas no final das coletas ficaram com os grupos xarope + Vitagold® e controle. A distância interorbital variou bastante com o tempo, mas ao término do experimento os grupos controle e xarope + Vitagold® obtiveram as menores dimensões para ambas as espécies. Já em relação às dimensões torácicas ocorreu a redução em M. interrupta durante o tempo experimental, mas em M. seminigra aumentou. Os grupos de M. interrupta que obtiveram as menores dimensões foram o controle seguido pelo do xarope + Vitagold® e, em M. seminigra, foi o inverso. As áreas das corbículas diminuíram para ambas as espécies; em M. interrupta as menores médias foram as dos grupos controle e xarope + pólen e, em M. seminigra, xarope + Vitagold® e controle. Pôde-se observar, portanto, que as espécies experimentais possuem diferentes padrões de respostas à alimentação artificial e que essa deve ser ministrada com cautela, principalmente os alimentos desenvolvidos para outros organismos, visto que os estudos referentes à essa problemática ainda são limitados.