Mulheres, ambiente e conflitos socioambientais: tecendo um diálogo com a história ambiental de Pernambuco

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Sousa, Thaís Maiara Nascimento de lattes
Orientador(a): Carvalho, Renata Maria Caminha Mendes de Oliveira lattes
Banca de defesa: Leite, Fernanda Capibaribe lattes, Nascimento, Rogéria Mendes do lattes, Ferreira Filho, José Marcelo Marques lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Mestrado Profissional em Gestão Ambiental
Departamento: Recife
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ifpe.edu.br/xmlui/handle/123456789/1119
Resumo: A sociedade, atualmente, vem sofrendo uma crise civilizatória que evidencia cada vez mais a necessidade de romper com os paradigmas atuais de desenvolvimento. Esta crise se manifesta no campo micro e macro do agir, seja no âmbito intelectual, social, político, ambiental, cultural; sendo, todas, advindas de uma crise maior: a crise do sistema capitalista neoliberal da modernidade. O produto destas relações, para América Latina, é o padrão de exploração econômica pelos países nórdicos, a expressão institucionalizada de uma sociedade patriarcal e colonial, além de uma série de injustiças socioambientais sofridas pelos países do sul global, as quais recaem mais intensamente sobre a vida das mulheres. Considerando os registros históricos como um instrumento fundamental para a observação de dada sociedade (em suas relações sociedade-sociedade e sociedade-natureza), bem como a cultura de silenciamento e invisibilização das vozes e contextos das mulheres, este trabalho teve como objetivo a caracterização do contexto de luta socioambiental de Pernambuco sob a perspectiva das mulheres - entendendo o termo como a expressão própria do indivíduo na sociedade, não se referindo, portanto, ao sexo biológico. A metodologia empregada nesta pesquisa teve como base o estudo de caso e entrevistas de abordagem perspectivista, nas quais participaram 13 interlocutoras. As mulheres entrevistadas apresentam um perfil de liderança em suas atuações, seja nos movimentos sociais, nas comunidades tradicionais, originárias, de base, nas universidades e instituições de pesquisa, bem como a partir das estruturas de gestão do poder público. O período de abrangência dos relatos e das informações organizadas neste trabalho correspondeu ao período de 1980 a 2019, sem a intenção, entretanto, de exaurir todos os acontecimentos destes anos. Como resultado foi possível observar como os contextos socioambientais de Pernambuco são sentidos e vividos a partir das perspectivas das mulheres, ressaltando informações valiosas para a visualização das dinâmicas e processos de resistência socioambiental no estado de Pernambuco. A interferência do tipo de ambiente nas culturas (o que inclui a economia, as dinâmicas sociais, políticas e etc), a uma concepção mais ampla e integrada do ambiente e sua relação com a qualidade de vida das pessoas, a posição de linha de frente das mulheres nas lutas socioambientais (em espaços políticos e domésticos), as relações entre teoria e prática entre o estado, a ciência moderna e os movimentos sociais diante dos contextos socioambientais, e a importância da organização popular e de mulheres nos processos de resistência são tratados como principais resultados. A partir destas informações e perspectivas algumas diretrizes foram mencionadas visando a construção de uma sociedade mais justa e sustentável para Pernambuco. Por fim, foi possível perceber o tanto de estratégias que se perde ao ignorar as experiências das mulheres, tanto no sentido de serem estas a ponta mais vulnerável em relação às injustiças sociais e ambientais – e por isso vivem e sentem estes contextos de forma diferenciada -, como na potência destas sabedorias na construção de uma sociedade mais crítica, justa e sustentável. A abordagem também enfatizou a necessidade de incorporar as vivências de outras mulheres, desde outros recortes, para uma visão ainda mais ampla, apontando a possibilidade de tema para trabalhos posteriores.