Equidade e meio ambiente: o ecofeminismo como vertente para a inclusão das mulheres no debate político brasileiro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Galvão, Mara Augusta Ferreira Cruz
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: IDP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.idp.edu.br//handle/123456789/4293
Resumo: Este trabalho busca entender de que forma a interseccionalidade do movimento feminista, através da conexão da mulher com a natureza, pode proporcionar a presença das mulheres no debate político no Brasil. Não se objetiva trazer o estereótipo de que as mulheres estão submissas aos homens, mas reconhecer que elas pertencem ao processo de desenvolvimento não como meras ajudantes. Para isso, questiona-se se é possível reconhecer o movimento teórico social intitulado ecofeminismo crítico como caminho para a inclusão das mulheres no debate político brasileiro, ainda que se considere que a aproximação entre mulher e meio ambiente decorre da realidade social, ou seja, da cultura imposta na sociedade. Fato é que os organismos internacionais reconhecem que a falta de equidade e igualdade de gênero constitui empecilho a uma sociedade mais sustentável, inclusive superando distorções entre igualdade e diferença de modo a valorizar a mulher, diante das suas especificidades, em sua conexão com a natureza. Assim sendo, com base na teoria ecofeminista crítica, analisou-se a Marcha das Margaridas como fenômeno que empodera as mulheres através da sua aproximação com a terra. A partir das propostas políticas apresentadas ao Poder Executivo, as Margaridas passam a ser ouvidas pelas instituições, inclusive porque suas demandas foram mola propulsora para uma série de políticas públicas inclusivas, especialmente no campo. Embora elas não se intitulem ecofeministas, é possível observar que sua íntima ligação com a natureza impulsiona a inclusão das mulheres no debate político brasileiro e pode ser a porta não convencional de entrada das mulheres na seara pública. Isso porque, uma vez optando pela defesa de fatias de problemas da sociedade, as mulheres robustecem a mobilização para promover o cumprimento dos direitos elementares, reestruturando a base cristalizada por um patriarcado através da maior legitimidade dos representantes. Seja através da educação ambiental ou aproximação com a natureza, o movimento ecofeminista crítico é capaz de dar voz ativa às mulheres para que tomem decisões em matéria de meio ambiente, afastando a natureza exploratória peculiar ao mundo capitalista.