Perfil clínico epidemiológico da febre de Chikungunya no norte e nordeste do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Borges, Letícia Augusta Costa
Orientador(a): Chiang, Jannifer Oliveira
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4417
Resumo: A febre de Chikungunya é uma arbovirose multissistêmica, causada pelo Vírus Chikungunya (VCHIK), que tem como principais características clínicas a febre de início abrupto e a intensa poliartralgia incapacitante. Descrita pela primeira vez em 1952 (Tanzânia), causando surtos em humanos, com posteriores epidemias nos continentes africano e asiático, atingiu o Brasil apenas em 2014, com 2.165 casos confirmados laboratorialmente ou através de critério clínico- epidemiológico. Desde então, esta arbovirose emergente, expandiu-se nos estados brasileiros, com 7.823 casos confirmados em 2015, 151.318 em 2016, 151.966 em 2017, 68.962 em 2018 e até a semana epidemiológica 12 deste ano, já foram notificados 15.352 casos prováveis de febre de Chikungunya. Neste estudo descrevemos os aspectos clínico epidemiológicos desta arbovirose nos estados do Norte e Nordeste do Brasil, no período de 2014 a 2017, com base nas informações contidas nas fichas de notificação do Sistema de Informação de Agravos de notificação (SINAN) e no banco de dados do Gerenciador de Ambiente Laboratorial (GAL), referentes às amostras biológicas recebidas e processadas na Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas (SAARB) do Instituto Evandro Chagas (IEC) durante as atividades de vigilância em saúde no Brasil, da Secretária de Vigilância em Saúde (SVS) do Ministério da Saúde (MS). Foram selecionados para o estudo 1.046 fichas de notificação do SINAN de pacientes que entre os anos de 2014 a 2017 obtiveram diagnóstico laboratorial para o VCHIK por RT-qPCR, MAC- ELISA ou por ambas as técnicas laboratoriais. As amostras confirmadas como positivas de casos humanos suspeitos de infecção pelo VCHIK eram procedentes dos estados do Norte: Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins, com maior destaque para o estado do Pará (31,07%) de um total de 569 (54,40 %) amostras. No Nordeste, as amostras eram procedentes dos estados: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte e Sergipe, com maior destaque para o estado de Alagoas (23,42%) de um total de 477 (45,60%). A maioria dos casos foi classificado como agudo (49,52%), a principal faixa etária de acometimento da doença foi encontrada em adultos (30 a 59 anos) (44,46%) e do sexo feminino (75,62%), ainda observou-se desfechos neurológicos e infecções neonatais. Dentre os principais sintomas, observou-se a febre (83,56%), artralgia (78,59%), cefaleia (55,07%), mialgia (58,70%), exantema (49,90%) e edema (33,08%). Este estudo permite-nos o conhecimento de diversas informações sobre a febre de Chikungunya no norte e nordeste do Brasil, que compreendem desde a entrada do VCHIK no país e contribuirá para novos estudos.