Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Rodrigues, Karla Strong |
Orientador(a): |
Lyra, Marcelo Rosandiski,
Oliveira, Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48576
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Resumo: |
INTRODUÇÃO: As arboviroses são doenças de grande impacto no sistema público de saúde brasileiro. A semelhança de manifestações clínicas observadas na dengue, na zika e na chikungunya torna difícil o diagnóstico diferencial e o manejo clínico dessas doenças, especialmente durante epidemias simultâneas. O reconhecimento dos aspectos dermatológicos a elas relacionados pode servir de ferramenta auxiliar na identificação das arboviroses. OBJETIVOS: Descrever as manifestações cutaneomucosas de pacientes com chikungunya, identificar padrões dermatológicos sugestivos da doença e avaliar a acurácia diagnóstica do dermatologista na chikungunya baseada em critérios clínicos, epidemiológicos e dermatológicos. MÉTODOS: Estudo do tipo série de casos, prospectivo, em pacientes com diagnóstico confirmado de chikungunya, atendidos por médicos dermatologistas, no ambulatório de Doenças Febris Agudas do INI/FIOCRUZ durante o período de abril de 2016 a junho de 2018. RESULTADOS: Infecções isoladas pelo vírus chikungunya foram confirmadas em 44 pacientes, coinfecções dengue-chikungunya, em cinco pacientes, coinfecções zika-chikungunya, em dois pacientes e um indivíduo apresentou infecções sucessivas por zika e chikungunya. Nos pacientes com infecção isolada por chikungunya, os exantemas macular (55,8% IC95% 39,9-70,9%) e máculo-papular (37,2% IC95%23-53,3%) foram as manifestações cutâneas mais frequentes, com predomínio do padrão máculo-papular morbiliforme (27,9% IC95% 15,3-43,7%) em relação ao escarlatiniforme (9,3% IC95% 2,6-22,1%). Achados menos frequentes incluíram flushing facial, exantema fotossensível, eritema nasal com descamação semelhante à dermatite seborreica, lesões sobre estrias antigas configurando fenômeno isotópico de Wolf, pápulas, púrpuras planas e petéquias, urticária e erupção vesicular simulando varicela/ erupção variceliforme de Kaposi. Sítios especiais como as palmas, as plantas e os pavilhões auriculares foram acometidos em 33,3% (IC95% 19,6-49,5%), 11,9% (IC95% 4-25,6%), 9,5% (IC95% 2,7-22,6%) dos casos de chikungunya, respectivamente. Outros sinais e sintomas observados foram prurido, conjuntivite, edema articular e edema de face em respectivamente 73,8% (IC95% 58- 86,1%), 46,5% (IC95% 31,2-62,3%), 70,5% (IC95% 54,8-83,2%) e 18,2% (IC95% 8,2- 32,7%) dos pacientes. O acometimento mucoso oral ocorreu em 50% (IC95% 34,6- 65,4%) dos casos de chikungunya, manifestando-se por enantema (36,4% IC95% 22,4-52,2%) e/ou lesões aftoides (31,8% IC95% 18,6-47,6%), predominantemente assintomáticas ou com sintomas mínimos. A sensibilidade, a especificidade e a acurácia diagnóstica do dermatologista baseada em critérios clínicos, epidemiológicos e dermatológicos foi de 77,3% (IC95% 62,2-88,5%), 42,9% (IC95% 21,8-66%) e 66,2% (IC95% 53,4-77,4%), respectivamente. CONCLUSÕES: Os achados sugerem haver um amplo espectro de manifestações dermatológicas relacionadas à chikungunya. É possível que o reconhecimento de lesões cutaneomucosas que sejam mais prevalentes ou específicas dessa doença auxilie no diagnóstico clínico diferencial das arboviroses e das doenças febris agudas exantemáticas, de uma forma geral. |