Perfil epidemiológico de indivíduos infectados pelo trypanosoma cruzi na forma assintomática da doença de Chagas triados em banco de sangue

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Nogueira, Mayara Mendes
Orientador(a): Pinto, Ana Yecê das Neves
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4036
Resumo: A doença de Chagas é uma doença de caráter infeccioso que permanece como desafio à saúde pública notadamente na Amazônia brasileira, cujo potencial endêmico tem se desenhado ao longo de 40 anos desde os primeiros registros de casos autóctones. Descrita em duas fases clínicas, aguda e crônica, apenas a fase aguda é considerada um agravo notificável compulsoriamente. Na fase crônica, a doença assume várias formas, incluindo a forma indeterminada e não notificável, portanto, é invisível para os sistemas de vigilância. Para a Amazônia brasileira, onde predomina a doença aguda, pouco tem se descrito sobre as infecções assintomáticas. O objetivo deste estudo foi analisar o perfil epidemiológico de indivíduos assintomáticos infectados pelo Trypanosoma cruzi, detectados durante a triagem de doadores de sangue. Trata-se de um estudo transversal de pacientes rastreados para infecção por T. cruzi na Fundação Centro de Hemoterapia do Pará (HEMOPA) e confirmados no serviço clínico do Instituto Evandro Chagas (SOAMU/IEC), entre 2012 e 2017. Os participantes foram entrevistados com formulário próprio incluindo variáveis epidemiológicas, socioeconômicas e demográficas de interesse. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa do IEC (nº 2.038.717). No período entre 2012 a 2017, 534 indivíduos com doença de Chagas foram diagnosticados no IEC e, dentre eles, 11% (n= 59) eram doadores de sangue com sorologia positiva para a infecção chagásica e foram elegíveis para o estudo. Destes, 35 pacientes foram incluídos, com média de idade 34 anos, sexo masculino predominante (60%), procedente da região metropolitana de Belém do Pará (71,4%) de área urbana (88,5%). Possuem, em sua maioria, ensino médio completo (54,2%) e renda mensal familiar de mais de um até três salários mínimos (74,2%). Quanto aos prováveis fatores de transmissão do T. cruzi destacou- se: o consumo da polpa de açaí (100%), bacaba (54,2%) e carne de caça (62,8%); presença de animais errantes (54.2%) e acúmulo de matérias (34,2%) em domicílio e ou peridomicílio, associado à provável presença do inseto vetor; o não uso de métodos de proteção durante ato sexual (55,8%). O perfil ora descrito revela índices subestimados de infecção silenciosa em população jovem para uma doença cuja magnitude de potencial evolutivo ainda se encontra indefinida.