Estudo da ocorrência de enterovirus (EV) humano como causa de infecção respiratória aguda (IRA) em pacientes atendidos na cidade de Belém, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Lima, Stéphany Teixeira
Orientador(a): Mello, Wyller Alencar de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/3186
Resumo: Resumo: A infecção respiratória aguda (IRA) é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no mundo. Os vírus respiratórios são os principais agentes causadores de IRA, sendo os Vírus influenza, Metapneumovírus humano, Orthopneumovírus humano, Rinovírus e Coronavírus os mais comuns, porém outros vírus, como os enterovírus, também possuem a capacidade de causar infecções no trato respiratório. Os enterovírus humanos pertencem ao gênero Enterovirus da família Picornaviridae, são vírus de transmissão predominantemente entérica, podem ser encontrados em todas as regiões do mundo e se apresentam como um dos agentes virais mais prevalentes entre os causadores de doenças em humanos. Infecções por estes agentes podem desencadear doenças neurológicas, no coração, músculos, pele e mucosas, além de infecções do trato respiratório superior (resfriados, laringite, faringite) e inferior (bronquite, pneumonia, bronquiolite). Neste contexto, objetivou-se detectar e caracterizar os enterovírus humanos provenientes de espécimes clínicos coletados de pacientes com IRA, atendidos em unidades de saúde da cidade de Belém, Pará no período de janeiro a dezembro de 2015. A população de estudo compreendeu 274 indivíduos de ambos os sexos em diferentes faixas etárias, com queixas de infecção respiratória aguda. A detecção e caracterização genética dos entrovírus foram realizadas em 5 etapas principais: a) extração do RNA viral; b) Amplificação do RNAv pela técnica de reação em cadeia mediada pela polimerase precedida de transcrição reversa em tempo real; c) Isolamento em cultivo celular; d) Semi Nested - reação em cadeia mediada pela polimerase precedida de transcrição reversa; e) Sequenciamento parcial da região VP1. Foi identificado, por meio de isolamento viral e caracterização molecular, o coxsackievírus B2 como causa de infecção respiratória aguda em um (0,36%) paciente pediátrico, com 1 ano de idade, do sexo feminino. Ela apresentava sete dias de sintomas leves, sem nenhuma comorbidade ou fator de risco, a coleta de seu espécime foi realizada no mês de maio, justamente no período do ano em que houve maior ocorrência de IRA na região. Este é um achado pioneiro, consistindo no primeiro relato do coxsackievírus B2 associado à infecção respiratória em nosso país. A partir dos dados apresentados, é notória a necessidade de realização de outros estudos que visem elucidar se há ou não a circulação de outros enterovírus não só na cidade de Belém, mas no Brasil como um todo, frente ao potencial destes vírus em induzir casos graves de infecção respiratória.