Detecção, viabilidade e genotipagem de enterovírus e rotavírus A em águas superficiais da Ilha de Mosqueiro, Belém, Pará, Brasil, no período de 2012 a 2014

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Alves, Jainara Cristina dos Santos
Orientador(a): Gabbay, Yvone Benchimol
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/3120
Resumo: Resumo: Os vírus entéricos são a principal causa de doenças transmitidas pela água. Estes agentes estão presentes em grandes quantidades nas fezes de indivíduos infectados, permanecendo viáveis e infecciosos por meses no ambiente e podem contaminar a água usada para consumo e recreação. Seu monitoramento é necessário pois os indicadores bacteriológicos utilizados para avaliar a qualidade da água não possuem relação com a contaminação viral. Além disso, alguns patógenos transmitidos pela água são fastidiosos, como os enterovírus (EV) e rotavírus grupo A (RVA). O objetivo deste estudo foi detectar os EV e RVA em amostras de água superficial de quatro praias (Paraíso, Murubira, Farol e Areião) localizadas na ilha de Mosqueiro, Belém, Brasil. As amostras de água foram coletadas mensalmente no período de janeiro/2012 a dezembro/2014, com exceção de julho quando houve coletas quinzenais. Dois litros de água foram concentradas pelo método de adsorção-eluição em membrana filtrante, seguido de centrifugação para obter volume final de 2 ml. O ARN foi obtido utilizando extração pela sílica. Foi empregado o semi-nested PCR com iniciadores P2, P3 e P10 para a detecção dos EV e o nested PCR usando os iniciadores VP6F, VP6R, VP6NF e VP6NR para RVA. A positividade obtida para EV e RVA nas praias da ilha de Mosqueiro foi de 28,2% (44/156), sendo 25 % (11/44) correspondente aos EV, 56,8 % (25/44) aos RVA e 18,2% (8/44) para ambos os vírus. Esses vírus foram detectados em todas as areas de estudo, com maior positividade na praia do Paraíso (33,3%). A maior positividade ocorreu na preamar. Um total de 26,5% (39/147) das amostras com concentração aceitável (<2000) para a presença de E. coli foram positivas para EV e/ou RVA. Duas amostras de RVA apresentaram infectividade quando submetidas ao cultivo celular. Após análise filogenética para EV, 63,2% (12/19) foram classificadas como enterovírus não pólio, 15,8% (3/19) como pólio 1 vacinal e em 21% (4/19) a sequência obtida não apresentou qualidade suficiente para análise. Estas praias estão contaminadas por galerias de esgoto que fluem diretamente nas mesmas, contribuindo com a sua contaminação, e, consequentemente, expondo as pessoas que usam esses lugares para recreação, principalmente crianças suscetíveis. Estes vírus são de grande relevância em termos de saúde pública e ambiental, pois eles têm um enorme potencial de disseminação devido sua prolongada manutenção no ambiente.