Estudo sorológico e molecular das infecções pelos vírus das hepatites B e D em quilombolas, município de Salvaterra, microrregião do Arari, mesorregião do Marajó, Pará, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: Corrêa, Sérgio Antônio de Sousa Sirotheau
Orientador(a): Nunes, Heloisa Marceliano
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/4156
Resumo: As hepatites virais B e D constituem importantes problemas de saúde pública, com elevadas magnitudes e gravidades. Pouco se publicou sobre a prevalência das hepatites B e D em quilombolas e, este estudo surgiu tanto da necessidade de dados científicos como da vontade de disponibilizar informações úteis a estas coletividades. O objetivo do estudo foi avaliar a soroprevalência e a epidemiologia molecular das infecções pelos vírus das hepatites B e D em 477 participantes da comunidade quilombola do Bairro Alto, no Município de Salvaterra, Mesorregião do Marajó, Pará, Brasil e correlacionar com os dados epidemiológicos disponíveis. A pesquisa iniciou em 2016 com as permissões comunitárias, institucionais, sendo o projeto aprovado pelo Comitê de Ética em pesquisa do IEC (Parecer de Aprovação Nº 1.915.937), com duração de dois anos, sendo concluída em 2018. Houve pesquisa de campo com preenchimento de Ficha de Inquérito Individual e coleta de sangue com realização dos testes sorológicos HBsAg, anti-HBc, e anti-HBs, por métodos imunoenzimáticos na SAHEP/IEC. Dos participantes, 2,7% apresentaram perfil sorológico compatível com exposição prévia ao VHB, seja pelo anti-HBc+ isolado (0,8%), anti-HBc+ associado ao anti-HBs+ (1,5%) e HBsAg+ (0,4%), caracterizando laboratorialmente essa comunidade como de prevalência intermediária, onde, apenas, 26% das amostras, apresentaram perfil sorológico compatível com resposta vacinal (anti-HBs+ isolado), demonstrando a baixa cobertura vacinal dessa comunidade. As amostras HBsAg+ e HBc total+ isolado, de participantes assintomáticos e oligossintomáticos, com sintomatologia frusta atípica, atual e/ou pregressa, foram submetidas ao teste sorológico anti-VHD e a testes de biologia molecular para quantificação e genotipagem do VHB-DNA e VHD-RNA. Entre as amostras HBsAg reagentes observou-se frequência de 100% (2/2) para o genótipo F e para o sexo feminino, com 23 e 47 anos de idade, respectivamente. São necessárias mais pesquisas para se definir a real endemicidade do VHB em populações quilombolas como a do Bairro Alto, grande vulnerabilidade ao VHB nesta comunidade.