Sífilis na gestação e congênita no município de Fortaleza-CE: análise de sistemas de informação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Cardoso, Ana Rita Paulo
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://biblioteca.sophia.com.br/terminalri/9575/acervo/detalhe/101689
Resumo: A sífilis é uma doença milenar que vem prevalecendo sobre todas as tentativas de sua erradicação. Apesar da eficácia da penicilina no tratamento e cura desta doença, as gestantes acometidas não são tratadas ou são inadequadamente tratadas. Quando ocorre durante a gravidez, a sífilis é responsável por aproximadamente 40% das taxas de mortalidade perinatal, 25% de natimortalidade e 14% de mortes neonatais. No Brasil, entre 1998 e junho de 2012, foram notificados 80.041 casos de sífilis congênita em menores de um ano de idade. Com relação à taxa de incidência de sífilis congênita no Brasil, em 2011 observou-se uma taxa de 3,3 casos por 1.000 nascidos vivos, sendo que a Região Nordeste apresentou das maiores taxas nesse ano, com 3,8 casos. No ano de 2012, o Estado do Ceará notificou 965 casos de sífilis congênita com uma taxa de incidência de 7,6/1.000 nascidos vivos. Para o ano de 2013 no município de Fortaleza, a incidência de sífilis congênita atingiu 15,0 casos por 1.000 nascidos vivos. Este estudo objetivou analisar as notificações de gestantes com os respectivos casos de sífilis congênita nos anos de 2008 a 2010; avaliar no banco de dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) e do Sistema de Informação Sobre Mortalidade (SIM) do município de Fortaleza, Ceará, os óbitos fetais e infantis por sífilis congênita. Estudo transversal que realizou análise de 175 casos notificados de sífilis em gestantes com as correspondentes notificações de sífilis congênita durante os anos de 2008 a 2010 e análise dos bancos de dados do Sinan e do SIM. No Sinan foram analisados os casos notificados de sífilis congênita e no SIM os óbitos infantis e fetais pela doença de 2007 a 2013. Utilizou-se estatística descritiva com frequências absolutas e relativas, medidas de tendência central e dispersão e qui-quadrado de Pearson para analisar a significância estatística, utilizando o valor de p<0,05. Foram analisadas variáveis sociodemográficas das gestantes/puérperas, da assistência prestada aos recém-nascidos e desfecho dos casos. Os resultados mostraram a ocorrência da sífilis em mulheres jovens com mais de 85,0% de tratamentos inadequados, 62,9% dos parceiros sexuais não tratados ou com informação ignorada e percentuais elevados da não realização dos exames preconizados para a investigação de sífilis congênita. Observou-se que ao longo dos anos ocorreu importante ausência de registro da doença enquanto causa de óbito fetal e infantil, chegando a atingir 90,1%de casos sub-registrados. Dos 41 óbitos declarados no SIM como sífilis, 16 (39,0%) não estavam notificados no Sinan.O ano de 2012 apresentou o maior número de notificações, 591 casos e uma incidência de 15,92/1.000 nascidos vivos.A sífilis congênita foi responsável por 268 abortos e 373 óbitos perinatais no período do estudo com uma taxa de mortalidade perinatal de 1,66/1.000 nascidos vivos e taxa de natimortalidade de 1,34/1.000 nascidos vivos. A idade materna, a realização de pré-natal e momento do diagnóstico materno, persistência de altos títulos sorológicos nas mesmas, o tratamento inadequado destas e de seus parceiros sexuais, a prevalência títulos superiores a 1:8 em sangue periférico do recém-nascido e estes se apresentarem sintomáticos estiveram associados à morbimortalidade dos conceptos e vem contribuindo para o descontrole da situação. Assim, a transmissão vertical da sífilis vem acarretando elevada mortalidade entre os conceptos, mantendo essa infecção como um fardo no rol dos problemas de saúde pública.