Avaliação dos níveis séricos de DDT e metabólicos em trabalhadores das campanhas de controle de malária do estado do Pará

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Rocha, Thiago Lobato da
Orientador(a): Mendes, Rosivaldo de Alcântara
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6942
Resumo: O diclorodifeniltricloroetano (DDT) foi a substância química mais utilizada no século XX. No Brasil foi largamente utilizada no controle de malária no período de 1945-1997, ficando os trabalhadores das campanhas de saúde expostos ao DDT durante anos. Esta pesquisa avaliou os níveis séricos de p,p'-DDT e p,p'-DDE na amostra de agentes de saúde que atuaram em campanhas de saúde pública de combate à malária até o ano de 1997, atendidos no Instituto Evandro Chagas de 2009 a 2015. O estudo realizado foi do tipo epidemiológico, longitudinal e retrospectivo com aplicação de inquéritos epidemiológicos onde foi verificada a relação entre os níveis de DDT e preditores relacionados à idade, atividade, tempo de trabalho, hábitos e sintomatologia. As análises de soro foram realizadas através de cromatografia gasosa com detecção de captura de elétrons. A faixa etária predominante na pesquisa foi de 41 a 50 anos (38,9%). As concentrações médias encontradas foram de 1,70 ± 3,92 µg/l para pp’-DDT e 9,78 ± 10,99 para pp'-DDE, cuja razão de pp’-DDE/pp’-DDT foi de 5,75, que pode ter ocorrido em razão do decaimento natural dos níveis de DDT desde a última borrifação em 1997. As variáveis significativamente associadas aos níveis de p,p’-DDT foram: > 20 anos de trabalho, ingestão de peixe e os sintomas câimbras e baixo rendimento sexual (p<0,05). As variáveis significativamente associadas aos níveis de p,p’-DDE foram: 16 a 20 anos e > 20 anos de trabalho com inseticida, trabalho em áreas de garimpo e ingestão de peixe (p<0,05). Destas, > 20 anos de trabalho foi a variável que mais influenciou na concentração de p,p’-DDE (β=5,68; p<0,001). As médias mais elevadas de p,p’-DDE em relação ao p,p’-DDT indicaram que as concentrações no estudo são fruto de exposição antiga, provalmente até 1997 quando encerraram oficialmente as borrifações no Brasil. Apesar da ausência de dados clínicos mais específicos, os resultados ensejam a criação de um programa de atenção à saúde dos agentes, em virtude da persistência do DDT no organismo.