Exposição ocupacional ao DDT em atividades de controle da malária no estado do Pará - um estudo de caso

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2002
Autor(a) principal: Ferreira, Celso Paiva
Orientador(a): Paumgartten, Francisco José Roma
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34470
Resumo: 119 trabalhadores (99 por cento homens) do Serviço Federal de controle da malária, tiveram sua situação médica atual avaliada em 2001, por terem sido ocupacionalmente expostos a DDT técnico entre 1960 e 1997 (media 6,5 anos, intervalo 2 anos-28,3 anos). O objetivo era verificar se a saúde individual dessas pessoas poderia ter sido comprometida em consequência daquela exposição e, ao mesmo tempo, calcular a meia-vida biológica usando determinações de Σ-DDT e p,p -DDE no soro feitas em 1997, 1998 e 2001. Todos os trabalhadores tiveram seus prontuários funcionais e médicos revisados e realizaram exame médico ocupacional, neurológico clínico, Eletroencefalograma (EEG), Eletromioia (EMG) e exames de laboratório compreendendo hemograma, glicemia e provas de função hepática e renal. A exposição ocupacional ao DDT foi estimada como a dose aplicada diariamente pelo trabalhador, 5 dias/semana e 20 dias/mês (2 gramas de DDT técnico/m2 borrifado). Os quadros clínicos e neurológicos identificados aparentemente não tinham relação com a exposição ocupacional, interrompida em 1998.Os níveis de DDT e DDE mostraram-se semelhantes aos valores encontrados por outros autores brasileiros e estrangeiros para os trabalhadores expostos à substancia. Não foi encontrada correlação entre níveis de DDT e DDE e tempo de exposição, idade e Índice de Massa Corporal (IMC). A meia-vida biológica calculada (media DDT-t 22,6 meses e DDE 29,5 meses) foi bem mais baixa do que a citada por autores estrangeiros com base em dados da população geral. Com ressalvas, não foi encontrada correlação entre IMC e meia-vida. São discutidas hipóteses para explicar os achados diferentes dos da literatura internacional citada. O estudo recomenda que sejam conduzidos investigação epidemiológica abrangente (com dados da população geral) e monitoramento ambiental para DDT e DDE porque as pessoas examinadas continuam vivendo em áreas que foram extensivamente tratadas com o inseticida e portanto, sujeitas a possível exposição ambiental continuada.