Caracterização taxonômica do Vírus Minaçu (isolamento BE AR 548794) um possível novo arbovírus

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Martins, Lívia Caricio
Orientador(a): Vasconcelos, Pedro Fernando da Costa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/2010
Resumo: Na Amazônia brasileira, já foram isolados 190 tipos diferentes de arbovírus, e 34 deles estão associados à infecção humana. Portanto, é fundamental o desenvolvimento de estudos para caracterizar novos isolamentos desses vírus. O objetivo desse trabalho foi realizar a caracterização taxonômica do Vírus Minaçu (Be AR 548794), obtido de um lote de Oclherotatus scapularis capturados em Minaçu-GO, utilizando as técnicas de: inóculo viral em cultivos de células VERO e clone C6/36, testes sorológicos (IH, FC e IFI), teste de sensibilidade ao desoxicolato de sódio (DCA), técnicas de microscopia eletrônica de transmissão, eletroforese do ARN viral (PAGE) e ensaio experimental em camundongos recém-nascidos infectados com o Minaçu pela via intracerebral para análise histológica (HE) e imuno-histoquímica (IHQ). O Vírus Minaçu se replicou e produziu efeito citopático em células VERO, sendo positivo por IFI. As células C6/36 se mostraram refratárias ao vírus mostrando resultados negativos por IFI. Por FC não foi observado cruzamento sorológico do Minaçu com soros imunes dos arbovírus isolados no Brasil, observando reação somente com o soro imune anti-Minaçu. As partículas do Minaçu destituídas de envelope viral apresentaram tamanho médio de 75 nm de diâmetro, as quais foram vistas apenas no citoplasma celular e não possuem hemaglutinina para glóbulo de ganso. Por PAGE o ARN mostrou que o Vírus Minaçu possui um genoma com dez segmentos. Nos animais inoculados com o Vírus Minaçu, alterações anatomo-patológicas (necrose e apoptose) por HE foram observadas no cérebro, fígado, coração, baço e nos rins. A IHQ desses tecidos usando o sistema de peroxidade, mostrou presença de antígenos virais em todos os órgãos, porém com mais intensidade no cérebro, fígado e coração. Com base nos resultados obtidos, o vírus Minaçu foi classificado na família Reoviridae, gênero Orbivirus como um novo vírus para a ciência.