Estudo sobre as arboviroses na população humana na província mineral de Carajás – Pará, 2008 a 2010

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ribeiro, Ana Paula da Silva
Orientador(a): Martins, Lívia Caricio
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: MS/SVS/Instituto Evandro Chagas
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://patua.iec.gov.br/handle/iec/6745
Resumo: Os arbovírus são vírus transmitidos por artrópodes hematófagos, com ampla distribuição geográfica, sendo a Amazônia brasileira considerada um dos maiores celeiro de arbovírus do mundo. Desde 1954, quando os estudos de Arbovirologia foram iniciados na região, já foram isolados mais de 16.000 mil arbovírus, com 212 tipos diferentes de vírus, sendo 161 isolados pela primeira vez no Brasil, e estima-se que 90 novas espécies para a ciência. Atualmente no Brasil, 36 arbovírus estão relacionados a doenças em seres humanos, alguns com potencial epidêmico, se configurando como importantes agravos para saúde pública. Esse trabalho tem como objetivo investigar a circulação de arbovírus na população humana na área da Província Mineral de Carajás (PMC) no Estado do Pará, no período de 2008 a 2010. Os municípios que integram a Província Mineral de Carajás, localizada na mesorregião do Sudeste Paraense, vem sofrendo grandes transformações ambientais diante da implantação de diversos projetos de mineração e do grande fluxo migratório. O diagnóstico laboratorial para os arbovírus foi realizado através de métodos virológicos, como o isolamento viral em cultivo celular (C6/36), e métodos sorológicos - Inibição da Hemaglutinação utilizando um painel para 19 tipos diferentes de arbovírus e ELISA para captura de anticorpos IgM para os Vírus dengue, Vírus da febre amarela, Vírus Mayaro e Vírus Oropouche. Foram investigados 3.226 pacientes sendo estes 707 oriundos de pacientes sintomáticos e 2.519 para pacientes assintomáticos, sendo coletado um total de 3.701 amostras, onde 1.172 amostras foram dos pacientes sintomáticos e 2.529 dos pacientes assintomáticos. Dentre os pacientes assintomáticos e sintomáticos estudados foi observado que a faixa etária, mais prevalente foi o intervalo de 5 a 14 anos com 904 (39,5%) e 174 (24,6%) respectivamente. Em relação à ocupação, verificou- se que o Técnico de Nível Médio é a mais prevalente nas duas populações estudadas com 34% e 20,1% respectivamente. Dentre os pacientes assintomáticos 1.741 (68,8%) amostras investigadas apresentaram anticorpos totais para algum dos 19 arbovírus testados e dentre os sintomáticos foram detectados anticorpos totais em 968 (82,6%) amostras, distribuídos nos gêneros Flavivirus, Alphavirus e Orthobunyavirus representando assim a circulação de Arbovírus nessa região. Quanto ao ELISA foi detectado IgM para VDEN, VFA, VMAY e VORO e no isolamento viral através da célula C6/36 foi isolado VDEN 1, VDEN 2 e VMAY, somente nos pacientes sintomáticos. O monitoramento da circulação de arbovírus em populações que vivem em áreas de transformações ambientais é de extrema importância, pois fortalece as informações sobre a incidência das arboviroses, entendimento dos mecanismos de transmissão e ciclos de manutenção desses vírus, permitindo assim ações mais eficientes de prevenção e controle dessas arboviroses, em especial as de caráter epidêmicos como Dengue, Zika e Chikungunya.