Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Amorim, Bianca Rihan Pinheiro
 |
Orientador(a): |
Saldanha, Gustavo Silva
 |
Banca de defesa: |
Marteleto, Regina Maria
,
Schneider, Marco André Feldman
,
Almeida, Marco Antônio de
,
Marques, Rodrigo Moreno
 |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia/Universidade Federal do Rio de Janeiro
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação
|
Departamento: |
Escola de Comunicação
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://ridi.ibict.br/handle/123456789/1029
|
Resumo: |
A partir de questões teóricas que aproximam a informação dos estudos sobre a cultura, a política e a economia, esta tese teve por objetivo desenvolver pesquisa sobre os murais, espalhados pelos municípios comandados pelo Exército Zapatista de Libertação Nacional (EZLN), no estado de Chiapas, México. Acompanhando algumas lições do materialismo histórico dialético, assim como da crítica neodocumentalista à Ciência da Informação e à sua epistemologia fortemente influenciada ora pelo positivismo, que considera documentos como objetos neutros e naturais - associados a representações objetivas das instituições a que estão ligados -, ora por um subjetivismo extremo - que condena a noção de documento por acreditar que a mente é a única e verdadeira realidade e que os objetos apenas existem como aspectos da consciência mental - adotamos um caminho desviante do mentalismo e de seu caráter idealista, mas que em muito amplia uma concepção dos documentos puramente amparada no fisicalismo, para assim considerarmos os nossos murais coloridos como documentos forjados por uma materialidade sócio-histórica, criativa e dialética. Desse modo, o objetivo principal da pesquisa passou por estudar os murais zapatista como lugares epistêmicos para além dos centros de documentação e informação oficiais, e que nascem com a intenção explícita de produzir uma contra-hegemonia ao capitalismo neoliberal, que avança sobre o México e sobre o mundo. Para o empreendimento, elencamos os seguintes objetivos específicos: 1- Apresentar os murais zapatistas como documentos. Ou seja, estudar outros modos e possibilidades de organizar e usar a informação para além das lógicas e retóricas dominantes sobre o que é um documento e o que é documentar. 2-Recuperar o processo de produção coletiva da informação a partir da construção de murais rebeldes, atentando para a organização compartilhada do conhecimento e da ação, assim como para a transidentidade do artefato. 3- Analisar os murais como documentos para a luta, que para além de constituírem zonas de prosa e diálogo de enorme potencial simbólico, são mobilizados a partir de um conflito direto com o capitalismo e o neoliberalismo que avançam sobre os territórios indígenas. Desse modo, investimos na hipótese sobre os murais zapatistas como documentos, “despertadores” de subjetividades e objetividades, assim como “recursos para a ação”. Destacamos, ainda, a utilização do aporte da metodologia exotópica, conforme proposta por Bakhtin e a mobilização de conversas e entrevistas semi-dirigidas com os integrantes das comunidades e seus apoiadores, de modo a encaminhar os debates iniciados nas etapas de identificação temática - os murais-, e de identificação teórica com o neodocumentalismo e o materialismo histórico dialético. |