Um olhar sociolinguístico sobre a variação nós/a gente no falar Anoriense (AM)
Ano de defesa: | 2024 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Amazonas
Faculdade de Letras Brasil Programa de Pós-Graduação em Letras PPGL |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://deposita.ibict.br/handle/deposita/738 |
Resumo: | Esta pesquisa investigou o fenômeno variável “expressão pronominal de P4”; em particular, o comportamento das variantes nós e a gente na função de sujeito na fala de 16 informantes da região de Anori, interior do Amazonas, com base nos pressupostos teórico-metodológicos da Sociolinguística Variacionista, conforme Weinreich, Labov e Herzog (2006 [1968]) e Labov (2008 [1972]). Também consideramos fundamentalmente Omena (1986, 1998, 2003), Tarallo (1986), Scherre (1998), Lopes (1993, 1998, 2003, 2004), Tamanine (2010), Vieira (2014), Araújo (2016), Mendes (2019), Ribeiro (2020) e Fernandes (2021). A partir desses pressupostos, assumimos que condicionadores extralinguísticos e linguísticos influenciam o uso das variantes nós e a gente, descritas neste estudo. Os objetivos específicos foram os seguintes: a) descrever as variantes do fenômeno variável “expressão pronominal de P4” no falar dos moradores das regiões urbana e rural do município de Anori (AM); e b) analisar os grupos de fatores linguísticos e extralinguísticos que condicionam o uso das variantes nós e a gente no falar dos moradores das regiões urbana e rural do município de Anori (AM). A metodologia utilizada consistiu em pesquisa de campo, através da coleta de dados de fala; depois dessa coleta, houve a transcrição grafemática dos dados obtidos, de acordo com os parâmetros de Preti (1999) e, em seguida, foi realizado o tratamento estatístico pelo programa Goldvarb X (Sankoff; Tagliamonte; Smith, 2005). Foram controlados os seguintes grupos de fatores extralinguísticos e linguísticos: sexo/gênero, faixa etária, escolaridade, localidade, preenchimento do sujeito, função sintática, referência do pronome, concordância verbal, tempo verbal, paralelismo entre os sujeitos e saliência fônica. No que diz respeito aos grupos de fatores, após as devidas exclusões e amálgamas, o programa selecionou os seguintes como favorecedores da aplicação da regra para a gente: faixa etária (25 a 59 anos; 60 anos ou mais); escolaridade (baixa: sem escolaridade ou até o ensino fundamental I, e alta: ensino fundamental II até o ensino médio); preenchimento do sujeito (preenchido e nulo); tempo verbal (presente do indicativo, presente do subjuntivo, pretérito perfeito do indicativo, futuro do pretérito do indicativo, pretérito imperfeito do indicativo, pretérito imperfeito do subjuntivo, pretérito mais-que-perfeito do indicativo, futuro do subjuntivo, infinitivo, futuro do presente do indicativo e imperativo); referência do pronome – (determinada/indeterminada); paralelismo entre os sujeitos (sim e não); e localidade (zona urbana e zona rural de Anori). Os grupos de fatores sexo/gênero, função sintática e concordância verbal, não selecionados e excluídos da análise, foram analisados qualitativamente e por meio percentual. Nossa amostra contou com 1.351 ocorrências de variação em P4. Os resultados gerais indicam que a forma inovadora a gente é preferida pelos anorienses, correspondendo a 64% das ocorrências (864 casos), enquanto a variante conservadora nós fica como segunda opção, com frequência de 36% (487 casos). |