Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Silva, Jaine Araújo da |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Acre
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://deposita.ibict.br/handle/deposita/380
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Resumo: |
O presente estudo objetiva verificar como o jornalismo aborda questões de raça e gênero em textos sobre mulheres negras no Acre. Para tanto, serão analisadas matérias dos sites ContilNet Notícias e G1 Acre, por meio do método de análise de conteúdo (BARDIN, 2016 [1977]). Em termos de objetivos específicos, busca-se 1) explicar de que forma o jornalismo constrói e reproduz representações articulando questões de raça e gênero que atingem mulheres negras; 2) discutir como o racismo se manifesta na vida de mulheres negras e de que maneira a dimensão estética se apresenta como campo de conflitos raciais; e 3) investigar as representações construídas sobre mulheres negras em 12 textos jornalísticos publicados nos sites ContilNet Notícias e G1 Acre entre 2015 e 2018. O aporte teórico do trabalho é constituído por discussões propostas pelo feminismo negro, a partir de Carneiro (2011 [2000; 2002]; 2011, online; 2020 [1985; 2002; 2003]), Gonzalez (2020 [1979; 1982; 1983]), Bueno (2020), Collins (2019) e hooks (2019a, 2019b, 2019c). Em diálogo com as autoras, a discussão sobre representações e jornalismo é ancorada nos estudos de Hall (1997; 2016) e Borges (2012). No que se refere à discussão racial centrada no Brasil, são trabalhadas as contribuições de Nascimento (2003), Nascimento (2016 [1978]), Munanga (2009 [1988]), Daflon (2017) e Souza (2019 [1983]). Por fim, Moraes (2015) e Silva (2014) baseiam as reflexões sobre o jornalismo, suas potencialidades e limitações. Para a análise, foram elaboradas quatro categorias temáticas (questões capilares, questões corporais, insultos racistas e racismo) e dois subtópicos destinados às discussões sobre aspectos jornalísticos (“O lugar das mulheres negras nas matérias” e “A problematização nos textos jornalísticos”) a partir dos quais é possível perceber que os textos centralizam mulheres negras em seu conteúdo, no entanto, essas sujeitas ocupam quase que exclusivamente o lugar de fontes populares, isto é, não é comum nos textos jornalísticos analisados mulheres negras serem ouvidas fora do lugar de “personagens”. A análise demonstra ainda que os textos promovem pouca problematização aos assuntos representados, o que pode colaborar com a alienação do público, uma vez que o jornalismo possui caráter normatizador da vida social. A pesquisa aponta para um cenário em que o jornalismo precisa dar um passo ainda não concretizado no Brasil: admitir que o racismo influencia sua conformação e, a partir disso, construir políticas efetivas de enfrentamento ao sistema de dominação. |