Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2022 |
Autor(a) principal: |
Leo Alves Schmidt, Fabrício |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade de Santa Cruz do Sul
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Link de acesso: |
https://deposita.ibict.br/handle/deposita/472
|
Resumo: |
Neste estudo, analisamos discursos que se textualizam em documentos, inquéritos e registros, relativos a professores do Ensino Superior no Estado do Rio Grande do Sul, nos anos iniciais da ditadura militar imposta pelo Golpe de 1964. Buscamos problematizar como esses discursos produzem efeitos de sentidos referentes à militância desses professores e como foram discursivados pelo aparelho repressor do Estado autoritário. Observamos o modo como foi documentado o movimento do sujeito-professor sob o julgamento do aparato persecutório, colocando em jogo a língua em seu funcionamento discursivo, marcada pelo simbólico, uma vez que carrega no percurso do dizer algo que já faz sentido, pelo que já existe em um imaginário social pré-construído e socialmente materializado (PÊCHEUX, 1997). Interessa-nos avaliar como esses discursos se textualizam e circulam nos documentos produzidos pelo sistema. Nossa pesquisa se inscreve nos estudos da Análise de Discurso francesa, desenvolvida por Michel Pêcheux (1997) e seus entrecruzamentos com Foucault e Althusser, bem como nos estudos de Eni Orlandi (2005) entre outros pesquisadores. Para o nosso gesto de leitura, elegemos como corpus alguns documentos relativos aos expurgos de professores na UFRGS e encontrados em registros no Arquivo Nacional no acervo digitalizado e disponível para consulta pública. Em nossa análise, compreendemos que as palavras se movimentam e produzem efeitos de sentidos a partir dos processos de constituição, formulação e circulação nos discursos presentes nesses documentos e remetem a uma memória do tempo da ditadura militar, aliada a uma postura ideológica pautada pelo combate ao comunismo e aos opositores do sistema que se mantinha pelo controle do que podia ser dito, tendo imposto limitações a direitos constitucionais. Essa memória e esse discurso justificavam a repressão a qual servia de mecanismo de controle e sustentação do regime imposto à sociedade e, ao mesmo tempo, era a base para a modalização das investigações policiais e dos efeitos de sentidos do discurso a respeito os professores envolvidos. |