Patrimônio à deriva? Revisitando o tombamento no centro de Goiânia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Morais, Vitor de Souza
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Goiás
Faculdade de Artes Visuais (FAV-UFG)
Brasil
Programa de Pós Graduação em Projeto e Cidade
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://deposita.ibict.br/handle/deposita/546
Resumo: No século XX importantes questões e documentos foram formulados no campo das práticas patrimoniais estimuladas, por teorias e congressos internacionais que visavam a proteção de bens com valores históricos e artísticos. Essas práticas ressoaram na criação de órgãos de preservação dos patrimônios e na elaboração de diretrizes para tal. Nessa pesquisa, se debate o processo de tombamento dos bens edificados no Brasil, tendo o setor central de Goiânia como estudo. A cidade projetada na década de 1930, teve parte de seus bens tombados em 2003 pelo Iphan. A seleção desses bens parece basear-se na narrativa oficial, corroborando com apenas um lado do discurso político da época, balizada pelos antigos “valores eruditos” dos monumentos e alheio ao envolvimento da comunidade. Relação que evidencia, além da problemática de se eleger bens para consolidar uma única história, uma condição paradoxal que envolve os sentidos distintos do que é lido como patrimônio pelos órgãos de chancela e de como esses bens parecem ser abandonados após a ação. Discute-se esse fenômeno frente a definições de patrimônio, história, memória e modernidade, confrontando o Processo de Tombamento do Acervo de Goiânia, enquanto mecanismo de preservação e reconhecimento dos valores históricos e culturais dessa parte da cidade. Como suporte metodológico utilizou-se, de pesquisa bibliográfica para revisão das definições conceituais sobre o patrimônio, preservação, a instituição dos órgãos de proteção no contexto brasileiro e a contextualização da problemática de Goiânia. A análise documental foi empregada a partir do Processo de Tombamento 1.500-T-02, enquanto fonte primária da outorga dos bens arquitetônicos, que revelam os valores reconhecidos pelo poder público como patrimônio na cidade. Entrevistas foram realizadas com técnicos e especialistas que participaram da elaboração do Dossiê de Tombamento, e com outros que atuam nas instâncias de preservação desses bens, para compreender o papel de cada entidade, frente à condição patrimonial. A investigação no Setor Central, ocorreu a partir de pesquisas em jornais e periódicos locais, para contrastar os processos de renovação, tombamento e a condição atual dos referidos bens, associando-os com a formulação teórica realizada no primeiro momento. Investigação que proporcionou a visão sobre a ausência da interlocução entre as instâncias de proteção, assim como a falta de atribuição de usos específicos, sociais e que integrem os bens em uma rotina da vida urbana, proporcionando, na maior parte dos bens edificados da cidade, um patrimônio à deriva.