Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
Anni, Iuri Salim Abou |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/8251
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Resumo: |
A acumulação e os efeitos do cobre (Cu) foram analisados após exposição crônica ao metal em filhotes de Poecilia vivipara aclimatados à água salgada. Em um primeiro experimento, filhotes recém-nascidos (<24 h) foram mantidos em condição controle (sem adição de Cu na água) ou expostos a diferentes concentrações de Cu (5, 9 e 20 µg/L) por 28 dias. O experimento foi realizado utilizando-se um sistema estático com renovação total do meio a cada 24 h. Os peixes foram mantidos em aquários de vidro contendo água salgada (salinidade 24), sob condições controladas de temperatura (28°C) e fotoperíodo (12 h claro:12 h escuro), aeração constante e alimentação diária ad libitum com ração comercial. Após tratamento, o consumo corporal de oxigênio foi medido e os peixes foram eutanasiados, medidos e pesados para o cálculo de índices zootécnicos (sobrevivência, taxa de crescimento específico, conversão alimentar aparente e fator de condição). A seguir, os peixes foram preservados inteiros para análise da acumulação de Cu, expressão de genes codificadores de proteínas transportadoras de Cu (CTR1 e ATP7B) e atividade de enzimas do metabolismo energético (piruvato quinase, lactato desidrogenase e citrato sintase). Em um segundo experimento, filhotes recém-nascidos foram mantidos em condição controle ou expostos às concentrações de Cu por 345 dias. Os peixes foram mantidos em aquários de vidro nas mesmas condições utilizadas no primeiro experimento. Após tratamento, os peixes foram eutanasiados, medidos e pesados para cálculo de índices zootécnicos (taxa de crescimento específico e ganho de peso), bem como preservados inteiros para medida da acumulação corporal de Cu ou tiveram seus tecidos dissecados para análise da acumulação tecidual (brânquias, fígado, intestino e músculo) de Cu, expressão tecidual (brânquias, fígado e intestino) do CTR1 e da ATP7B, bem como da atividade tecidual (brânquias, fígado e músculo) de enzimas envolvidas no metabolismo energético. Os resultados mostram que houve acumulação de Cu (corporal ou tecidual) nos peixes de ambos os experimentos, sendo esta dependente da concentração do metal no meio experimental e do tempo de exposição ao metal. Além disso, houve indução corporal da expressão do CTR1 e da ATP7B após exposição ao Cu por 28 dias, bem como da ATP7B após a exposição ao Cu por 345 dias. Após exposição ao Cu por 28 dias, não houve efeito do Cu no crescimento dos peixes, porém houve um aumento no consumo corporal de oxigênio dos peixes expostos a 9 e 20 µg/L Cu. Após 345 dias de exposição, foi observado 100% de mortalidade dos peixes expostos a 20 µg/L Cu, bem como redução no crescimento de machos expostos a 9 µg/L Cu e de fêmeas expostas a 5 e 9 µg/L Cu. Além disso, foi observado aumento na atividade da citrato sintase no fígado dos peixes expostos a 9 µg/L Cu. Estes resultados indicam que P. vivipara acumula o Cu em nível tecidual/corporal, sendo esta dependente da concentração de Cu na água salgada e do tempo de exposição ao metal. Eles sugerem ainda que a acumulação de Cu está associada a um aumento da expressão dos genes que codificam proteínas transportadoras de Cu (CTR1 e ATP7B) em tecidos envolvidos na homeostasia do metal. Mostram ainda que o Cu acumulado provoca efeito letal após exposição a uma concentração excessiva do metal (20 µg/L) e efeito subletal (redução no crescimento) após exposição aos atuais critérios brasileiros de qualidade para o Cu em água doce (9 µg/L) ou salgada (5 µg/L). Por fim, o efeito crônico do Cu no crescimento de P. vivipara parece estar relacionado a um aumento na demanda energética dependente do metabolismo aeróbico e/ou uma perturbação na função respiratória mitocondrial. |