Perfil de assimilação e efeitos da exposição ao triclosan em Poecilia vivipara (Ciprinodontiformes, Poeciliidae).

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Escarrone, Ana Laura Venquiaruti
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8239
Resumo: Triclosan é um agente antimicrobiano utilizado em uma série de produtos de higiene pessoal, limpeza, utensílios plásticos e texteis, entre outros. Em função do seu extenso uso, este composto tem sido detectado em diferentes matrizes ambientais nos últimos anos. Apesar disso, ainda não há informações suficientes sobre seu impacto potencial no ambiente aquático e efeitos tóxicos sobre a biota. Os objetivos principais desta tese foram avaliar a toxicidade do triclosan no peixe eurihalino Poecilia vivipara, através da investigação dos perfis de assimilação e depuração em diferentes órgãos e tecidos (fígado, gônadas, cérebro, brânquias e músculo). Além disso, estabelecer a relação entre a bioacumulação nos tecidos e possíveis efeitos de estresse oxidativo. Para tanto, foram inicialmente desenvolvidas metodologias analíticas que permitissem a detecção e o acompanhamento das concentrações do triclosan na água das exposições, assim como nos tecidos estudados. Este composto é altamente tóxico para P. vivipara (CL50 = 0,6 mg L -1). Para a avaliação da bioacumulação nos tecidos e efeitos sub-letais, foi selecionada a concentração nominal de 0,2 mg L-1 e um tempo de exposição de 14 dias seguido de mais 24 h de depuração em água livre deste composto. Foi demonstrado que o triclosan acumula nos tecidos de P. vivipara, de maneira mais pronunciada nas gônadas, seguida do fígado, brânquias, cérebro e músculo. Após a fase de depuração em água doce livre de triclosan, a concentração do triclosan decai de forma significativa nos tecidos, demonstrando a boa capacidade do P. vivipara em metabolizar ou excretar este composto. Apesar de constatada a bioacumulação nos tecidos, não foi verificada indução da atividade das enzimas envolvidas na resposta antioxidante Glutationa peroxidase, Glutamato cisteina ligase, Glutationa-S-transferase, conteúdo de Glutationa reduzida, assim como na enzima de biotransformação Etoxiresorufina-O-deetilase. Por fim, com relação aos danos lipídicos, foi demonstrado que o tecido cerebral do P. vivipara foi afetado após a exposição ao triclosan nas condições testadas. Os resultados gerados no presente estudo mostram que o TCS é tóxico para P. vivipara, sendo bioacumulado de forma importante, o que sugere seu potencial de entrar na cadeia alimentar e bioacumular na cadeia trófica. Apesar de não ter sido observada a indução das principais enzimas envolvidas na defesa antioxidante, foi observado dano de lipoperoxidação no tecido cerebral.