Estudo das referências que direcionam o processo de construção do enfermeiro cuidador de pessoas mentalmente doentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Santos, Alessandro Marques dos
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/10045
Resumo: O processo de construção do Enfermeiro cuidador mobiliza variáveis de natureza afetiva, cognitiva,social e biológica, as quais influenciam as múltiplas interações que esse sujeito vivencia em todo seu ciclo de vida, nos diferentes contextos em que atua e se constrói como profissional. Sustentado nesta posição teórica,este estudo tem como objetivo geral compreender a relação entre a prática desenvolvida por enfermeiros que cuidam de pessoas mentalmente doentes e os saberes que se agregam à formação/construção destes profissionais,em diferentes contextos. Especificamente objetiva:(1) Identificar as experiências familiares que influenciam na construção/formação do Enfermeiro cuidador de pessoas mentalmente doentes; (2) Identificar as referências teórico/práticas que prioritariamente influenciam na formação/construção do Enfermeiro cuidador de pessoa mentalmente doente; (3) Identificar nas experiências vivenciadas na família, na vida acadêmica e profissional, o processo de construção do enfermeiro para cuidar de pessoas mentalmente doentes.Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo e exploratório, cujos dados foram coletados em três hospitais gerais, nas unidades de clínica médica, clínica cirúrgica, hospital dia HIV/AIDS, pronto socorro; cinco centros de atenção psicossociais (CAPS I, II, III e AD); dois hospitais psiquiátricos; três unidades básicas de saúde com Estratégia de Saúde da Família, localizadas nas cidades de Pelotas/RS e Rio Grande/RS, através de entrevistas semi estruturadas, realizadas com trinta Enfermeiros, com ênfase nas experiências familiares, acadêmicas e profissionais, que o habilitam como cuidador de pessoas mentalmente doentes. Os dados foram submetidos à análise textual discursiva, balizada pela Teoria bioecológica do desenvolvimento humano, a qual possibilita compreender as interações entre seres humanos, em diferentes contextos nos quais convivem.Os resultados mostraram que o enfermeiro se constrói cuidador, a partir das vivencias aprendidas na família, as quais incorpora os princípios, valores e saberes, com base na formação cultural repassada pela família.Os valores como a honestidade e o respeito, são transportados para a vida acadêmica, quando associam ao seu fazer com as Teorias e Práticas da Enfermagem. Estas aptidões são desenvolvidas e aprofundadas na vida profissional com as relações de proximidade entre o enfermeiro e as pessoas que fazem parte de seu cotidiano de trabalho. As relações face a face vivenciadas na família se perpetuam e se transformam em práticas de cuidados, considerando a pessoa mentalmente doente como um ser singular que necessita cuidados, momento em que se mantem as relações interpessoais e a empatia. Assim, se confirma a tese que o enfermeiro nos diferentes contextos de cuidados, seja na vida familiar, acadêmica e profissional, se constrói como cuidador de pessoas mentalmente doentes, conforme as relações que estabelecem nas diferentes etapas dos ciclos de vida. Salienta-se ainda que nesta árdua tarefa de se construir cuidador os enfermeiros enfrentam barreiras, pois alguns deles não possuem a aptidão para cuidar em saúde mental. Porque, não se identificam com esta disciplina, a saúde mental, os serviços não proporcionam capacitações especificas para o cuidado, mas ainda assim, estes profissionais proporcionam os cuidados a pessoa mentalmente doente.