Repercussões do uso de crack para a gestante/puérpera, o recém-nascido e a família

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: Xavier, Daiani Modernel
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/6617
Resumo: Este estudo objetivou conhecer as repercussões de uso do crack para a gestante/puérpera, recém-nascidos e familiares. Pesquisa exploratória, descritiva com abordagem qualitativa. A coleta dos dados foi realizada no primeiro semestre de 2014. Integraram a produção de dados oito gestantes e dez puérperas dependentes de crack, com seus respectivos familiares e dez prontuários de recém-nascidos. Os dados foram produzidos por entrevistas semiestruturadas com gestantes/puérperas dependentes de crack, familiares e análise dos prontuários dos recém-nascidos. Os dados foram submetidos à análise de conteúdo. Evidenciou-se que as gestantes/puérperas dependentes de crack iniciam seu uso por influência de amigos e vizinhos e, muitas vezes, engravidam por realizarem sexo sem proteção. Quando grávidas muitas não realizam o pré-natal. Em relação ao parto algumas têm parto normal e sem dificuldades, apresentando sintomas de abstinência ao crack no hospital antes do parto. Outras descobrem no hospital que possuem infecções sexualmente transmissíveis. Referiram que com o uso de crack ficam emagrecidas e perdem os hábitos de higiene. Na busca por diminuir o consumo de crack procuram substituí-lo por outras substâncias psicoativas, sendo a principal o álcool por acharem menos nocivo para o bebê. As puérperas dependentes de crack referiram como facilidade para o cuidado o fato da criança chorar pouco; o apoio da família, de vizinhos e de amigos. Como dificuldades para o cuidado elencaram a abstinência da droga que as leva a não se apegarem à criança; a recomendação da não amamentação; a falta de apoio familiar; a vigilância dos profissionais do Conselho Tutelar. Como expectativas para o futuro referiram querer parar com o uso da droga; submeterem-se a tratamento; readquirirem a guarda dos filhos, reestruturarem a família e abandonarem a prostituição. Quanto às repercussões do uso de crack na gestação para o recém-nascido evidenciou-se a prematuridade, necessidade do uso de tecnologias de cuidado, ocorrência de abortos e mortes após o nascimento; malformações congênitas; contra-indicação da amamentação, levando à necessidade da criança ser alimentada com leites artificiais; abandono materno, institucionalização e adoção do recém-nascido. Em relação às repercussões do uso de crack da gestante/puérpera para a família cuidadora, constataram-se como dificuldades para o cuidado a mudança no seu modo de ser, à medida que mente, rouba e torna-se agressiva. Como facilidades para cuidar da gestante/puérpera dependente de crack referiram o apoio familiar, de amigos e vizinhos; sua vontade para se tratar; o acesso aos serviços de saúde e a fé em Deus. A problemática do uso de crack exige dos profissionais da saúde/enfermeiros preparo para o enfrentamento. Espera-se que a pesquisa contribua para a reflexão e conscientização acerca da temática e a tomada de decisão de cada profissional, identificando e aplicando intervenções terapêuticas eficazes e eficientes para a gestante/puérpera dependente de crack, a criança e a família cuidadora.