Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
Souza, Thiago Silva de |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.furg.br/handle/1/4819
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Resumo: |
O objetivo dessa pesquisa foi mapear as práticas corporais e espaços em disputas que acontecem à beira mar da praia do Cassino, localizada ao sul do estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Nesse sentido, partindo de uma intervenção inicial no interior do bairro-balneário Cassino, dois pontos emergiram para análise do espaço da orla: o primeiro, relacionado à zona da praia; e, o segundo, referente às disputas geradas pelas demarcações dos lugares onde aconteciam as práticas. Esses movimentos fizeram-me indagar: como mapear as disputas entre práticas e espaços na orla do Cassino, cuja principal característica são as demarcações moventes das relações que ditam as paisagens de seus lugares? Cabe ressaltar que esse problema investigativo foi potencializado por pistas advindas de uma aproximação ao aporte teórico-metodológico foucautiano, que, por sua vez, tornou possível o delineamento de algumas estratégias efetivadas no solo investigativo e, respectivamente, postas em jogo no exercício de problematização dos próprios procedimentos investigativos adotados. Cito, nessa esteira, a refutação a dois pontos: 1) o determinismo/centralidade das estruturas arquitetônicas como demarcações fixas em detrimento ao que nelas ocorre; 2) a classificação/categorização das práticas, em vista às conexões possibilitadas pelos próprios enfrentamentos por elas efetuados. O destaque a esses dois traçados está ligado à produtividade de, com eles, pensar a área de concentração a que essa pesquisa foi empreendida, isto é, a Educação em Ciências. Primeiramente, por possibilitarem a suspeita (potente para que aja produção do conhecimento) de que a ciência não se faz apenas com a demarcação fixa de “um” método, “uma” teoria, em uma relação de independência ao contexto cultural através da (pré)determinação e aplicação teórico-metodológica, já que, estrategicamente, através de delineamentos próprios, foram as demarcações moventes ligadas às disputas entre o conjunto de práticas e espaços que constituíram o suporte aos discursos aqui analisados. Dito de outra maneira, essas demarcações móveis, em seus entrelaçamentos com a conjuntura local e a própria prática de pesquisa, tornam-se eficazes para pensarmos a Educação em Ciências, em uma perspectiva que, ao desconfiar de conteúdos pré-determinados, produz conteúdos em sintonia a um conjunto cultural ligado a contextos locais (nesse estudo, o Cassino). Nesse sentido, são as disputas entendidas enquanto relações de poder efetivadas na beira mar da Praia do Cassino – RS que dão força ao ato de pensar as demarcações moventes enquanto conteúdos eficazes a Educação em Ciências, especialmente, pelo caráter móvel que constituem a própria teoria, ao mesmo tempo, produzida e produtora pela/da prática acadêmica aqui apresentada, em sintonia, cabe ressaltar, ao próprio espaço da orla, na qual as práticas e espaços são constituídos e constituintes pelas/das ocupações a ela efetuadas. Em termos de conexão com a linha de pesquisa do PPGEC em que esse trabalho foi realizado, a orla do Cassino surge como uma instância interessante ao diagnóstico das “práticas sociais processadas” no interior de suas margens, em vista a compreensão de “como os discursos e as práticas atuam na produção de 'verdades' e de sujeitos”. Para esse diagnóstico, a “prancha de bordo” inicialmente inspirada no surf, foi potente não apenas na produção dos dados referentes às coisas mapeadas no Cassino, como também, ao próprio plano acadêmico das noções que deram suporte a sua constituição através de ferramentas, como as fotografias, os mapas e as escritas que a delinearam. Como conclusão do estudo, destaca-se a impossibilidade de delimitação muito clara sobre lugares para a realização de práticas que acontecem no Cassino, ao mesmo tempo em que essas buscas por delimitação, imbricadas às disputas entre as práticas e espaços, também possibilitam a constante elaboração de diferentes modos de pensar o tempo, o espaço e os sujeitos. |