A gênese do risco sob a ótica das dinâmicas naturais e humanas : erosãocosteira nas orlas urbanizadas de Aguas Dulces/Uruguai e Hermenegildo/Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Mota, Gabriel Santos da
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: FURG
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8559
Resumo: O presente trabalho visa discutir a erosão costeira sob a perspectiva do risco de desastres, temática que vem sendo explorada por diversas entidades, mas que carece de discussões em relação à origem do risco. Para isso, propõe-se uma proposta metodológica para investigar a sua gênese. Intitulada NHP, esta abordagem sistêmica consolida-se na discussão qualitativa de três eixos prioritários de análise: aspectos naturais, históricos e políticos. Uma metodologia integradora que visa reconhecer os fatores que tiveram maior e menor influência na configuração das áreas de risco, baseada em caracterização de campo, entrevistas e análise de documentos históricos, técnicos e legais. Para a sua aplicação, foi proposto o estudo de dois balneários com histórica problemática relacionada à erosão costeira, mas sob estruturas políticas distintas: Aguas Dulces (Castillos/Uruguai) e Hermenegildo (Santa Vitória do Palmar/Brasil). Inseridos no contexto geológico-geomorfológico das planícies costeiras arenosas quaternárias da margem emersa da Bacia de Pelotas, os balneários apresentam evidências do desenvolvimento decadal da erosão costeira em seu território, se destacando na orla edificada, onde a proteção costeira, feita de forma individual sobre sobre o pós-praia, fixa a linha de costa e potencializa danos. Como resultado dessa análise, constatou-se a consolidação do risco como uma construção histórica, resultado da omissão da governança local sobre o ordenamento do território e das pressões do interesse imobiliário sobre o fenômeno das segundas residências em um contexto de suscetibilidade à processos erosivos. Distintos padrões de intervenção, mesmo que tardios ao assentamentos, foram reconhecidos nos balneários, propiciando avanços significativos para o controle da expansão das áreas de risco e a construção de cenários futuros para as comunidades. Porém, mesmo com a consolidação de normativas de vanguarda relacionadas ao ambiente costeiro a partir da década de 1990, a distância que as separa de sua manifestação é condicionada pela vontade política, um elemento determinante para a efetiva redução do risco de desastres e melhoria da qualidade ambiental, avanços indissociáveis para o desenvolvimento.