Vulnerabilidade do litoral do município de Paulista-PE à erosão costeira

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Silva, Wenderson Sávyo Aguiar da lattes
Orientador(a): Guimarães, Junia Kacenelenbogen lattes
Banca de defesa: Guimarães, Junia Kacenelenbogen lattes, Silva, Iracema Reimão lattes, Nascimento , Lucas do lattes
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal da Bahia
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO) 
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufba.br/handle/ri/34937
Resumo: A erosão costeira é um grave problema social e econômico que afeta diversos trechos costeiros no Brasil e no mundo. Sua ocorrência está relacionada a fatores diversos, tanto naturais como antrópicos. Os processos erosivos no Estado de Pernambuco datam de pelo menos meados do século XX. O objetivo deste trabalho é estimar a vulnerabilidade à erosão do município de Paulista/PE, localizado a norte dos municípios de Recife e Olinda, ambos fortemente afetados por processos erosivos. A vulnerabilidade foi estimada para 29 pontos distribuídos ao longo do litoral do município que se divide em três praias (de sul para norte): do Janga, de Pau Amarelo e de Maria Farinha. A metodologia utilizada para o cálculo do índice foi aquela proposta por Mallmann (2010), que divide os fatores indutores de vulnerabilidade em índices parciais – relativos à morfologia costeira, aos atributos naturais, à influência marinha, aos processos costeiros e à influência antrópica - antes de se obter um índice global. Para o cálculo da vulnerabilidade foram mapeadas linhas de costas entre os anos de 1975 e 2018, para obtenção de taxas de deslocamento de linha de costa de médio prazo. Também foram realizados dois trabalhos de campo, para a coleta de informações e também para identificar as condições atuais de erosão no município. Complementarmente foram analisadas a evolução da implementação de obras costeiras e calculado o transporte litorâneo no município utilizando o programa SMC- Brasil. Os resultados demonstraram que nas praias de Janga e parte sul da praia de Pau Amarelo há uma tendência de médio prazo de erosão, enquanto na porção norte da praia de Pau Amarelo e na praia de Maria Farinha a tendência é de progradação. Também observou-se que mesmo com a construção de obras costeiras, em especial nas praias de Janga e Pau Amarelo, os indicadores de erosão continuam presentes no município, além de em grande parte do litoral a praia não apresentar condições recreativas na maré alta. Dos diversos tipos de obras presentes no município, como enrocamentos, bagwalls, etc, o que melhor apresentou resultados foram os quebra-mares, construídos na praia do Janga, pois permitiram certa acumulação de sedimentos, formando tômbolos. Os índices globais de vulnerabilidade demonstraram que a porção sul do município é a mais vulnerável à erosão, vulnerabilidade que diminui a norte, em especial na praia de Maria Farinha, com exceção de um trecho nesta praia em que a vulnerabilidade é máxima, ao que parece, causada por uma ocupação irregular sobre a praia. O transporte litorâneo ao longo de todo o município é para norte, o que parece corroborar com a ideia de que a erosão crônica de Paulista está relacionada com a presença do porto de Recife, que já de longa data tem desencadeado processos erosivos em Olinda. Possivelmente também, as obras de proteção à erosão costeira de Olinda agravam a erosão no município de Paulista. Apesar do forte fator antrópico causador dos processos erosivos em Paulista, o índice parcial de vulnerabilidade associado à influência antrópica foi baixo no município, o que indica uma fragilidade no método de cálculo do índice, embora o resultado global tenha sido satisfatório.