Efeitos da exposição à Atrazina na qualidade espermática de machos da espécie Calomys Laucha OLFERS, 1818 (MAMMALIA: RODENTIA)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Saalfeld, Graciela Quintana
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8248
Resumo: A atrazina é muito utilizada no Brasil, na forma de um herbicida usado para o controle de ervas daninhas em culturas de milho e cana de açúcar. Apesar da natureza seletiva deste herbicida, diversos estudos reportam efeitos danosos da atrazina na capacidade reprodutiva de diversas espécies de animais. O Calomys laucha é um roedor encontrado em pastagens, margens de estrada e ao redor de campos de cultivo de cereais. Assim, por residir próxima a áreas agrícolas, esta espécie se torna suscetível à contaminação pelo herbicida atrazina. Dessa forma este trabalho avaliou os efeitos de baixas doses de atrazina na qualidade espermática de machos da espécie Calomys laucha. Foram realizados três experimentos, avaliando os efeitos da exposição direta de machos adultos à atrazina e outros dois experimentos avaliando a exposição indireta de filhotes via placenta durante o período da gestação (pré-natal) e de filhotes expostos ao contaminante através do leite materno durante o período de amamentação. As doses de atrazina utilizadas foram: controles (água e veículo), 0,1; 1 e 10 mg/kg do animal. Os machos adultos receberam por gavage a atrazina diariamente por um período de 21 dias, enquanto que no experimento de gestação e amamentação, as fêmeas receberam as doses da atrazina, a partir do quinto dia de gestação até o momento do parto e durante todo o período de amamentação, respectivamente. Todas as fêmeas expostas a atrazina na maior dosagem (10mg/kg), durante o período gestacional, apresentaram abortos ou tiveram filhotes natimortos. Os demais resultados obtidos demonstraram que as motilidades total e progressiva foram significativamente reduzidas nas células espermáticas dos machos expostos a todas as dosagens de atrazina em todos os períodos de exposição analisados. A integridade da membrana diminuiu em todas as dosagens de atrazina nas células espermáticas de machos adultos e nos machos expostos no período da amamentação enquanto que a fluidez da membrana aumentou em todas as dosagens testadas nessas células. A funcionalidade mitocondrial dos espermatozoides reduziu em todas as dosagens de atrazina em todos os períodos de exposição. Uma diminuição na quantidade de espécies reativas de oxigênio foi verificada na dose de 1 mg/kg nas células espermáticas de machos expostos no período de pré-natal enquanto essa redução ocorreu em todas as dosagens nos espermatozóides de machos expostos durante a amamentação. O índice de fragmentação de DNA espermático foi maior na maior dose de atrazina (1 mg/kg) em machos expostos no período de pré-natal (1 mg/kg) e na menor dose (0,1 mg/kg) nos animais expostos no período da amamentação. A integridade do acrossoma foi reduzida nas células espermáticas de machos adultos expostos a dose de 10 mg/Kg. A concentração espermática reduziu na maior dose de atrazina (1 mg/kg) nos machos expostos durante o período do pré-natal. Esses resultados sugerem que baixas doses de atrazina administradas diretamente em machos adultos causam danos diretos nas células espermáticas, enquanto que, quando administradas indiretamente durante períodos críticos de desenvolvimento, como nos períodos gestacional e lactacional, causam alterações permanentes no processo de espermatogênese dos filhotes, reduzindo a qualidade espermática desses animais.