Estudo Toxicológico de solos contaminados por petróleo usando o camundongo silvestre Calomys laucha Olfers 1818

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Almeida, Kríssia Aparecida de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8191
Resumo: O petróleo é uma mistura complexa de hidrocarbonetos, outros compostos orgânicos além de baixas concentrações de elementos metálicos. Este combustível fóssil se caracteriza como importante contaminante em regiões industriais e urbanizadas e em função da complexidade de sua constituição química pode causar uma extensa gama de prejuízos à saúde dos organismos expostos. Uma vez no solo, o petróleo pode intoxicar a fauna residente e causar prejuízos em nível ecossistêmico. Dentre os organismos que podem ser afetados pela contaminação por petróleo destacamos os roedores silvestres. No ambiente, os roedores têm papel importante como dispersores de sementes e servem de alimento para diferentes predadores, correspondendo a uma considerável fração das espécies de mamíferos. No Brasil, o habitat do roedor silvestre Calomys laucha se restringe a região de dunas, tal como na praia do Cassino, RS. Por residir nesta zona costeira, estes organismos estão sujeitos à contaminação por petróleo tanto no ambiente terrestre quanto no ambiente marinho. O objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da exposição de solos contaminados por diferentes concentrações de petróleo em parâmetros bioquímicos, fisiológicos, mutagênicos, reprodutivos e comportamentais em exemplares machos do roedor silvestre C. laucha. Os animais foram expostos a cinco diferentes concentrações de petróleo: 0, 1, 2, 4 e 8%. Aproximadamente 1 kg de solo foi colocado no fundo das gaiolas e os animais foram mantidos durante 14 dias, com acesso livre a água e alimento. Foram avaliados os seguintes parâmetros: peso corporal e dos órgãos, ingesta de alimento, atividade exploratória e locomotora, viabilidade e anomalias de espermatozoides, danos mutagênicos e marcadores de estresse oxidativo em diferentes homogeneizados (fígado, testículo e sangue). Essa exposição causou severos danos à saúde dos animais, dando sinais já nos primeiros dias de exposição como perda de pêlos e até morte. Além disso, foi capaz de causar danos mutagênicos em células sanguíneas da medula óssea, danos lipídico e proteico no fígado, testículo e linfócitos, diminuição da viabilidade espermática e frequente presença de anomalias espermáticas, alterações comportamentais (letargia e depressão) e morfológicas (aumento peso relativo fígado, baço e rins). Este estudo demonstrou sensibilidade dos biomarcadores utilizados e evidencia que pequenos mamíferos silvestres como Calomys laucha são úteis para previsão de danos ambientais decorrentes da exposição ao petróleo