Influência da ouabaína no fenótipo de resistência a múltiplas drogas em linhagens eritroleucêmicas humanas

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Mattozo, Francielly Hafele
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://repositorio.furg.br/handle/1/8177
Resumo: O fenótipo de resistência à múltiplas drogas (MDR) é um grande desafio no tratamento do câncer. Assim, pesquisas buscam encontrar novas substâncias que sejam capazes de superar este fenótipo. Dentre suas inúmeras características, a mais estuda é a presença de bombas de efluxo, como a ABCB, a qual realiza a extrusão de diversos fármacos. A ouabaína, um glicosídeo cardíaco, tem despontado como um potencial anti-cancer porém, poucas pesquisas investigam a relação da OUA como o fenótipo MDR. O presente trabalho utilizou linhagens eritroleucêmicas humanas sensível (K562) e resistentes a múltiplas drogas (K562-Lucena e FEPS), para investigar a atuação da OUA sobre o fenótipo MDR. Para avaliar o possível efeito citotóxico da OUA foram utilizados ensaios de atividade mitocondrial por MTT, ensaio de viabilidade celular por exclusão por azul de trypan e quantificação de morte celular por microscopia de fluorescência. Ensaios in silico e in vitro foram realizados para investigar a possível atuação da OUA sobre ABCB1. Sendo assim, os resultados demonstram a capacidade da OUA, em gerar citotoxicidade, na concentração de 100 nM, em todas as linhagens. Foi observada uma diminuição na atividade mitocondrial em todas as linhagens expostas a 100 nM de OUA, aliada a uma diminuição no número de células viáveis, além de uma diminuição na viabilidade celular nas linhagens K562 e K562-Lucena. Ainda, foi constatada morte por apoptose em todas as linhagens, e nas linhagens resistentes também foi observada morte por necrose. A concentração de 10 nM não se mostrou citotóxica, porém diminuiu o número de células viáveis na linhagem FEPS. O docking molecular, demonstrou, pela primeira vez, que a OUA pode interagir com ABCB1, contudo sua atividade não foi alterada, uma vez que não houve efeito na associação da OUA com os quimioterápicos (VCR e DNR). Porém, a OUA foi capaz de modular a expressão gênica e proteica de ABCB1 de formas distintas nas linhagens resistentes, de acordo com a concentração. A concentração de 10 nM diminui a expressão proteica em ambas as linhagens resistentes, mas na linhagem FEPS além da expressão proteica, houve uma diminuição na expressão gênica. A concentração de 100 nM gerou um aumento na expressão proteica de ABCB1 em K562-Lucena. Dessa forma, concluímos que a ação citotóxica da OUA nas linhagens resistentes, está associada a uma diminuição na atividade mitocondrial, sem agir diretamente sobre ABCB1, mas modulando a expressão gênica e proteica dessa proteína.