Problematizações sobre a inclusão da diversidade sexual e de gênero no mercado de trabalho do agronegócio

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: Feijó, Ana Paula Speck
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.furg.br/handle/123456789/11534
Resumo: Esta tese foi produzida no Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências, na linha de pesquisa “Discursos, Culturas e Subjetividades na Educação em Ciências” e tem como objetivo geral investigar as estratégias de governamento presentes no “Programa Diversidade”, implementado em uma empresa multinacional do agronegócio, instalada no Brasil, buscando problematizar a inclusão dos pilares referentes às diversidades sexuais e de gênero. Tal Programa foi formulado em 2018, subdividido em quatro pilares, assim nomeados, “Por elas” (gênero), “Orgulho empresa” (LGBT+), “Multirraízes” (Raça/etnia),“Diferentes, mas iguais” (Pessoas com deficiência), e, em 2021, formularam um quinto pilar denominado “Gerações” (pessoas de diferentes faixas etárias). Para o desenvolvimento dessa tese, optamos por trabalhar com dois pilares, que são o de gênero e referente à população LGBT+. Trata-se de uma pesquisa com fundamento teórico nos autores/as do pós-estruturalismo, como Michel Foucault, Gilles Delleuze, Judith Butler, e alguns/mas/mes brasileiros/as/es, como Alfredo Veiga-Neto, Kamila Lockmann, Sylvio Gadelha, Silvio Gallo, entre outros/as/es. Para a construção e análise dos dados, nos utilizamos do conceito de problematização em Foucault, e de alguns outros como governamentalidade, capital humano e racionalidade neoliberal. Além dos conceitos de diferença, diversidade, gênero e sexualidade que tanto nos auxiliaram a problematizarmos nossos dados e produções. Dentro os resultados dessa pesquisa, destacamos que a empresa, embora tenha implantado um programa com os pilares que compreende como representarem a diversidade, ela busca complementar suas equipes, com pessoas diferentes daquelas/es integrantes que ela já tem em suas equipes. Bem como, mesmo se afirmando enquanto diversa, plural, e valorizando a diferença, a empresa ainda tem um perfil cisheteronormativo. Ao findarmos tal pesquisa, ressaltamos a importância de termos mais espaços para debatermos a inclusão das minorias, porém precisamos estar atentos/as/es para que não sejamos capturados/as/es pelas lógicas de mercado da racionalidade neoliberal, que atua de forma geral, na nossa sociedade, uma vez que observamos que, cada vez mais, pautas como inclusão e respeito à população LGBT+ e às mulheres são colocadas em comerciais, estão presentes em diferentes situações e debates. Naturaliza-se, assim, a ideia do ser humano enquanto moeda de troca, que é o único responsável, pela/o/e sua/seu fracasso ou sucesso, desconsiderando todas as questões que são barreiras ainda presentes nessa sociedade patriarcal e cisheteronormativa, e que atrapalham ou impedem, muitas vezes, que todas as vidas sejam importantes, respeitadas e que possamos exercer o amor a/ao/e próxima/o/e, como um ato político.