O triângulo do átomo: o acordo nuclear Brasil-Alemanha Ocidental e o papel dos Estados Unidos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Nunes, Helen Miranda
Orientador(a): Spektor, Matias
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/30846
Resumo: A presente tese visa a oferecer nova interpretação do acordo nuclear celebrado entre o Brasil e a Alemanha Ocidental com anuência dos Estados Unidos da América (EUA) em 1975. Esse foi um processo de definição histórica dos parâmetros a serem utilizados para projetos de cooperação internacional em tecnologias sensíveis. A trama aqui apresentada revela a dinâmica trilateral que esses atores construíram para garantir a entrada do Brasil na era nuclear. Durante as negociações, os EUA tiveram como prioridade mitigar riscos de proliferação por parte do Brasil, sem alienar a República Federal da Alemanha (RFA) e sua indústria nuclear do mercado internacional de transferência de tecnologia sensível. A prioridade alemã era resgatar sua indústria atômica da crise, tirando vantagens da disponibilidade de recursos da ditadura militar brasileira. No início, a prioridade do Brasil era garantir um grande programa de obras públicas para a construção dos reatores e a obtenção de tecnologia para enriquecimento de urânio. Diante do endurecimento das posições dentro dos EUA e da preocupação alemã de retaliação cruzada, a prioridade brasileira passa a ser o resgate do programa das centrais nucleares de Angra dos Reis e reduzir o custo reputacional que viria da renúncia alemã-estadunidense de transferência de tecnologia. O resultado foi um acordo capaz de satisfazer os requisitos mínimos das três partes – Brasil, RFA e EUA - reduzindo o projeto mais ambicioso daquela época de cooperação nuclear num esquema que distribuiu benefícios de maneira desigual com custo elevado para a sociedade brasileira. O marco cronológico da pesquisa não é hermético e inclui o início das negociações do acordo até a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) de 1978 e o início da construção da Angra II. A ideia é trazer a investigação à baila para que se possa problematizar o discurso oficial da ditadura militar, explorando o arcabouço teórico, metodológico e epistemológico da pesquisa, fazendo uso de arquivos do Brasil, da Alemanha e dos EUA.