A geração de efeitos concorrenciais pela LGPD para as microempresas e empresas de pequeno porte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Silva, Fernando Mendes Naegele e
Orientador(a): Belli, Luca
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/35201
Resumo: A revolução tecnológica, com o uso do processamento de dados para fins econômicos, refletiu na vida contemporânea. O direito de privacidade foi afetado, gerando um novo ramo, intrínseco, porém autônomo: o direito de proteção de dados pessoais. No último meio século, a importância desse novo direito cresceu exponencialmente, com o surgimento de normativas objetivando a sua proteção, como a GDPR, na Europa, e a LGPD, sua contraparte no Brasil, criando regras e restrições para o livre processamento de dados pessoais. Porém, o atual papel essencial desse processamento na economia faz com que as normas de proteção de dados pessoais afetem a competividade das empresas, podendo gerar efeitos anticoncorrenciais. Isso porque os altos custos de compliance e adequação às leis de proteção de dados pessoais podem constituir barreiras de entrada em certos mercados, o que afetaria mais severamente as pequenas e microempresas, devido às suas características, como porte e capacidade financeira reduzida. Tal cenário seria vislumbrado primeiro na União Europeia, em razão do seu vanguardismo, mas poderia se repetir em outros ordenamentos jurídicos, especialmente aqueles que publicassem normativas similares à GDPR, como é o caso da LGPD no Brasil. Assim, este trabalho busca checar a possibilidade de geração de barreiras de entrada em virtude da LGPD para as microempresas e empresas de pequeno porte brasileiras. Subsidiariamente, objetiva avaliar se os atuais mecanismos regulatórios da ANPD são suficientes para mitigar esses efeitos. A hipótese defendida é de que a similaridade da LGPD e da GDPR amplia a possibilidade de criação de barreiras de entrada em face dos pequenos players no Brasil, inexistindo atualmente instrumentos regulatórios eficientes para enfrentar esse problema. Tal hipótese é corroborada pela investigação deste trabalho, que, após comparações entre os ordenamentos jurídicos brasileiro e europeu sobre a proteção de dados pessoais e as normas para os small business, identificou alto grau de semelhança entre ambos, o que possibilitaria a repetição dos efeitos concorrenciais que começam a ser observados na União Europeia no Brasil. Ademais, a atividade da ANPD até agora seria insuficiente para lidar com tais consequências anticoncorrenciais, sendo necessária a avaliação e utilização de estratégias regulatórias alternativas, com a sugestão de algumas pelo presente estudo, voltadas à redução dos custos de compliance e adequação dos pequenos players.