O estigma dos transtornos de saúde mental: um estudo com técnicas diretas e indiretas de investigação na Advocacia-Geral da União

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: Domeni, Thiago Simões
Orientador(a): Goldszmidt, Rafael Guilherme Burstein
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/36394
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo explorar a ocorrência do estigma no ambiente de trabalho em um órgão do serviço público federal, in casu, na Advocacia-Geral da União, decorrente de uma condição de saúde mental e da eventual necessidade de afastamento do servidor público em licença-saúde para seu tratamento de doença mental. Para alcançarmos esse objetivo, o método escolhido foi uma pesquisa de levantamento, de caráter quantitativo e exploratório, realizada por meio de survey direcionado aos servidores públicos em exercício na Advocacia-Geral da União, a fim obter dados a respeito do pensamento do público-alvo sobre esse tipo de estigma. Foram adotadas técnicas de questionamento indiretos, como o conjoint analisys, o list experiment e a aplicação de implicit test association (IAT), além de perguntas diretas em escala Likert. Também foi realizado levantamento bibliográfico sobre o tema, bem como de dados secundários sobre afastamentos de servidores públicos em licença-saúde, junto à organização em que foi feita a pesquisa de campo. Os dados coletados em campo foram tratados estatisticamente e analisados para avaliação da existência e percepção do estigma em relação às pessoas acometidas por algum transtorno de saúde mental, as quais, eventualmente, precisaram se afastar do trabalho, em licença para tratamento dessa condição. Os resultados mostraram fortes evidências de preconceito em relação a servidores públicos portadores de uma condição de saúde mental, o que confirmou a hipótese de pesquisa e corroborou o referencial teórico adotado. Em razão da sensibilidade do objeto de estudo, que envolve a obtenção de informações pessoais relacionadas à saúde mental do público-alvo, os dados secundários levantados foram fornecidos pela organização estudada, já devidamente anonimizados e tabulados, o que limitou a sua verificação a posteriori. Ademais, o grupo amostral da pesquisa de campo ficou delimitado aos servidores públicos federais em exercício nos órgãos centrais e de execução da Advocacia-Geral da União. Assim, a importância deste estudo reside, primeiramente, na escassez de literatura, em administração, sobre o tema em debate. Ademais, ao se explorar a presença da estigmatização de indivíduos com transtornos de saúde mental no contexto empírico organizacional da administração pública federal, especificamente da Advocacia-Geral da União, procura-se dar voz a grupos minoritários e menorizados nas organizações do setor público e lançar luz sobre a diversidade no ambiente de trabalho, sendo oportuno e relevante que tal realidade existente seja estudada e incluída como mais uma forma de diversidade a ser debatida academicamente, na seara da Administração. Portanto, o presente trabalho teve como escopo avaliar a existência da estigmatização de transtornos mentais em servidores públicos de uma organização do setor público federal, a partir da aferição de preconceito contra os indivíduos portadores da referida condição de saúde.