Mobilização de recursos e de capacidades como estratégia para a realização de pesquisa científica por hospitais privados de excelência no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: Pacifico, Aline
Orientador(a): Malik, Ana Maria
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/32706
Resumo: A importância da pesquisa científica na área da saúde é reconhecida pela sociedade, principalmente após uma pandemia sem precedentes na história. Hospitais privados, diferentemente de hospitais públicos que atuam como “hospitais escola”, não possuem obrigação de realizar atividades de pesquisa científica, mas sua atuação nesta frente agrega valor às suas atividades assistenciais, contribuindo para a melhoria do desempenho dos cuidados de saúde. A atividade de pesquisa, não obstante sua importância, compartilha a estrutura existente nesses hospitais, incluindo a competição pelos diversos tipos de recursos. Deste modo, para gerar vantagem competitiva, esta atividade necessita de recursos e capacidades especiais. Considerando a relevância do setor de saúde privado no Brasil e sua crescente contribuição no cenário científico, a pergunta que este trabalho se propôs a responder é quais são as capacidades e recursos que geram vantagem competitiva para a realização de pesquisa em hospitais privados? A pesquisa utilizou métodos qualitativos que incluíram revisão bibliográfica dos temas “valor da pesquisa em saúde” e “teoria da visão baseada em recursos aplicada na saúde”, pesquisa documental e pesquisa de campo por meio da realização de dez entrevistas semiestruturadas com lideranças de pesquisa e CEOs de uma amostra de hospitais privados de excelência. Os resultados indicam que essas atividades tomaram corpo nessas instituições a partir do ano 2000 e ainda estão em transformação, concentrando-se primordialmente em pesquisas clínica, sejam essas pesquisas patrocinadas por indústrias ou institucionais (de iniciativa do pesquisador). Algumas organizações com maior maturidade científica possuem capacidades organizacionais e recursos específicos para condução de pesquisas experimentais e pré-clínicas. Entre os recursos e capacidades principais encontrados para a realização de atividade científica nessas organizações destacamos, entre os recursos tangíveis, a estruturação de áreas de suporte aos pesquisadores, áreas físicas apropriadas e pessoal especializado como um dos recursos-chave e com características VRIN. A despeito da necessidade de recursos financeiros para a execução dos projetos de pesquisa, principalmente os de caráter institucional, foi unanime a premissa de que a pesquisa não pode ser vista como despesa operacional e sim como investimento. Entre os recursos intangíveis destaca-se a cultura e o apoio da alta liderança para tornar a pesquisa uma atividade perene, e que possa trazer o impacto esperado na assistência prestada pelo hospital. As capacidades organizacionais já presentes nessas organizações sem dúvida alguma foram fortalecidas por esta cultura permanente de insatisfação com o status quo. A avaliação dos indicadores e os resultados de pesquisa no mapa estratégico não foi unânime entre as instituições pesquisadas. No entanto, todas possuem indicadores gerenciais como parte do acompanhamento dos resultados da pesquisa. Sugerimos, para estudos futuros, o avanço no entendimento de que forma a temática de avaliação de pesquisa possa retratar não apenas a realidade da pesquisa brasileira, mas também a realidade da pesquisa realizada dentro do ambiente hospitalar. Além disso, o estudo aprofundado do impacto da pesquisa em instituições hospitalares poderá ser atrelado a questões econômicas e de financiamento à pesquisa.