Sobre papéis, trajetórias e dádivas: a doação da coleção Benedicto Ottoni para a Biblioteca Nacional

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Silva, Iuri Azevedo Lapa e
Orientador(a): Heymann, Luciana Quillet
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Palavras-chave em Inglês:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/30637
Resumo: A coleção Benedicto Ottoni, composta por milhares de impressos e manuscritos históricos sobre o Brasil, foi comprada por Júlio Ottoni de seu amigo, o jornalista José Carlos Rodrigues, com a promessa que ela seria doada para a Biblioteca Nacional. O objetivo manifesto dessa articulação foi tornar o conjunto um bem público e destinar o dinheiro obtido de sua venda para uma incipiente obra filantrópica chamada Policlínica das Crianças, fundada por Rodrigues dois anos antes em 1909. Buscou-se demonstrar que, para além da motivação manifesta desta ação conjunta, outros aspectos latentes, ligados à obtenção de prestígio e ao estabelecimento de legados, acompanharam a doação. Para alcançar este objetivo, foi preciso explorar o significado da coleção num quadro mais amplo: o que ela representava para seu colecionador, José Carlos Rodrigues; o valor de papéis históricos sobre o Brasil no início do século XX; a percepção sobre a Biblioteca Nacional como custodiadora desse tipo de artefato; e a maneira como a instituição retribuía na forma de bens simbólicos o recebimento de doações. A pesquisa permitiu entrever como a formação de acervos públicos decorre muitas vezes de uma combinação de estratégias individuais e institucionais, resultando no entrelaçamento das partes envolvidas, sob a mediação de bens culturais, que portam marcas de sua trajetória.