Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2023 |
Autor(a) principal: |
Cardoso, Tatyana Marques de Macêdo |
Orientador(a): |
Gonçalves, Martina Spohr |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
|
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Não Informado pela instituição
|
Palavras-chave em Português: |
|
Palavras-chave em Inglês: |
|
Link de acesso: |
https://hdl.handle.net/10438/33866
|
Resumo: |
O presente trabalho tem como objetivo investigar os castigos escolares impostos aos discentes no inicialmente Imperial Colégio de Pedro II, depois Ginásio Nacional, no período de 1858 a 1898. Para isso, foram utilizados, como fonte principal de pesquisa, os livros de ocorrência disciplinar do Externato. Tais livros constituem-se em objetos quase invisíveis utilizados para registrar as atitudes e posturas constantemente observadas e vigiadas que prejudicavam o funcionamento da escola, no que dizia respeito às condutas dos alunos. Assim, indagamos: até que ponto os castigos escolares implementados estavam atrelados ao poder disciplinar de professores/inspetores de alunos na difícil missão que lhes era atribuída: formar o indivíduo/aluno? Sabendo-se que o Colégio Pedro II oferecia ensino secundário no Município da Corte, como se dava a formação da futura elite dirigente? As prescrições, presentes nos regulamentos, enfatizavam a necessidade de se implementar uma disciplina eficaz em detrimento do uso de punições, mas será que os professores/inspetores submeteram-se resignadamente às prescrições? Questionaram os modelos propostos? Criaram resistências? E quanto aos alunos? Interferiram na realidade escolar? De que forma? Houve mudança nos castigos adotados na instituição ao longo dos quarenta anos pesquisados? Para transitar por este solo, dialogamos com Michel de Certeau (2014), Viñao Frago (1998), Norbert Elias (1994) e Michel Foucault (2013). Esses autores são capazes de desvelar as tramas das relações e tensões socioculturais, as práticas e representações de sujeitos, interrogando a pluralidade do cotidiano, os modos de pensar, dizer e fazer dos agentes que compõem a escola. Partimos da hipótese de que os castigos escolares se enquadram nas chamadas estratégias civilizatórias, e que para oferecer “a mais perfeita educação da mocidade”, os castigos se alinhavavam com o seu repertório pedagógico, introduzindo disciplina e ordem na sociabilidade dos jovens secundaristas. Trata-se, portanto, de estudar o Colégio Pedro II sob a perspectiva da cultura escolar. Como uma ferramenta teórica para o presente trabalho, esta pesquisa teve a intenção de oferecer importantes contribuições para a história da educação e para a compreensão de questões pertinentes à organização e funcionamento da instituição no que se refere ao controle do tempo e do espaço, à vigilância ininterrupta dos alunos e aos demais mecanismos disciplinares, especificamente, com relação aos castigos postos em pauta pela prática pedagógica daquele momento institucional. |