O desafio da mudança estratégica na gestão imposta pela pandemia

• Ano de defesa: 2021
• Autor(a) principal: Cunha, Fernando Leitão da
• Orientador(a): Migueles, Carmen Pires
• Tipo de documento: Dissertação
• Tipo de acesso: Acesso aberto
• Idioma: por
• Palavras-chave em Português: Sensemaking; Contexto extremo; Vulnerabilidade; Liderança; Ação
• Palavras-chave em Inglês: Extreme context; Vulnerability; Leadership; Action
• Link de acesso: https://hdl.handle.net/10438/30423

Esse é um estudo sobre sensemaking e liderança em contextos críticos. A literatura sobre o tema explora a importância da liderança e da continua construção de sentido para a ação em organizações que operam em contextos extremos (como tropas de elite e bombeiros) e organizações de alta confiabilidade, como hospitais e UTIs. Mas a chegada da pandemia, que trouxe uma enorme pressão sobre as organizações, colocou uma creche, que atende crianças em situação de vulnerabilidade social e econômica, sob risco de descontinuidade de suas atividades. Naturalmente que, ao contrário das organizações críticas e de alta confiabilidade, o risco de morte eminente não se coloca. Mas o impacto da interrupção das atividades socioeducativas parece ainda mais grave em crianças na situação de vulnerabilidade social e econômica, pois simultaneamente à interrupção das atividades, há a interrupção de atenção e cuidados psicológicos, de estímulos adequados e até mesmo da alimentação, podendo agravar a vulnerabilidade das crianças em um contexto já difícil por si só. Os desafios criam demandas especificas sobre a liderança, que em contextos dessa natureza confrontam os gestores com situações inusitadas e sem termos de comparação histórica. A intenção desse trabalho é estudar o processo de reavaliação e redefinição dos objetivos estratégicos da gestão de uma creche, com a aplicabilidade dos conceitos de sensemaking, que, assolada pela pandemia, teve que optar entre prosseguir ou fechar as portas. Esse tema acabou chegando até mim pois sou casado com a Paula Baggio que é diretora do Instituto Trilho, Organização Não Governamental que atua no bairro de Santa Teresa no Rio de Janeiro. Acompanhei toda a tensão e angustia que a Paula foi submetida no início da pandemia, quando um dos projetos assistenciais do Instituto, uma creche, foi obrigada a fechar em função do isolamento social. Na elaboração do trabalho, a coleta de dados primários foi uma fonte rica e importante em função da minha relação com a diretora do Instituto Trilho. Pude ter acesso as outras pessoas responsáveis pela gestão da Creche Cantinho Feliz, as coordenadoras, e também pude notar o medo das gestoras ao imaginarem a interrupção total na prestação dos serviços para as crianças. Dados secundários, trazidos de pesquisas realizadas pela própria creche juntos às famílias responsáveis pelas crianças assistidas, também contribuíram muito para a elaboração desse trabalho. Os dados primários e secundários serão discutidos em capitulo próprio no decorrer do trabalho. A estrutura do presente trabalho pretende seguir o seguinte roteiro. No capítulo 1, faço um resumo da história da creche Cantinho Feliz, suas atividades principais, o perfil do público atendido e os responsáveis por todo o trabalho lá realizado. No capítulo 2, coloco o referencial teórico, modelos e autores que tratam o sensemaking como um processo de transformação de gestão organizacional. O capítulo 3 nos mostra a pesquisa realizada na creche, sua metodologia, coleta de dados e o problema da pesquisa. No capítulo 4, apresento os resultados encontrados, e no seguinte, capítulo 5, descrevo as minhas conclusões sobre do trabalho. Finalizo os anexos com as entrevistas e questionários, e as referências bibliográficas.