O sofrimento psíquico no trabalho de professores de uma universidade federal no Brasil: um estudo à luz da sociologia clínica e da psicodinâmica do trabalho

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2024
Autor(a) principal: César, Raissa Mariano
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Centro Universitário FEI, São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.fei.edu.br/handle/FEI/5396
https://doi.org/10.31414/ADM.2024.T.131745
Resumo: A fim de relacionar a atividade docente no ensino superior público com o sofrimento psíquico no trabalho, este estudo se propôs a realizar uma pesquisa de natureza qualitativa, ancorada nos pressupostos teórico-epistemológicos da sociologia clínica e da psicodinâmica do trabalho. O problema de pesquisa foi estruturado a partir das seguintes perguntas de investigação: Existem situações que levam professores de universidades federais públicas brasileiras a vivenciarem problemas de sofrimento psíquico no trabalho? Quais são elas? Como esses professores vivenciam essas supostas situações e que ações colocam em prática para fazer face a elas? Em termos das estratégias de investigação, recorreu-se a entrevistas semiestruturados de tipo compreensivas e à observação direta. O foco central da pesquisa foi colocado nas experiências dos professores que foram entrevistados, mas buscou-se levar em consideração as relações que essas experiências possuem com os contextos político, econômico e social mais amplo, tanto do país, como da região centro-oeste, onde está localizado o locus empírico da pesquisa, uma Universidade Federal da Região Centro-Oeste. Os resultados evidenciam que os docentes sofrem pela precarização do local de trabalho e a falta de recursos financeiros, materiais e humanos para o desenvolvimento profissional e técnico. Eles ressaltam também que o sofrimento pode resultar de relações interpessoais marcadas por disputas de egos e pelo pertencimento ou não a grupos favorecidos com a proximidade da estrutura organizacional superior da IFES. Aparecem igualmente como causadores de sofrimento o contexto socioeconômico e político, evidenciado pela falta de reconhecimento do trabalho docente e de políticas públicas de valorização do ensino superior. Por fim, o estudo revela que os efeitos do sofrimento psíquico podem ser observados na depressão, ansiedade, síndrome de Burnout, dores físicas, levando em casos extremos a desistência da carreira de Professor do Magistério Superior das IFESs