Indivíduos não expostos à Leishmania diferem na resposta imune inicial ao parasito, in vitro e in vivo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2001
Autor(a) principal: Pompeu, Margarida Maria de Lima
Orientador(a): Barral Netto, Manoel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/35393
Resumo: Na leishmaniose, o estabelecimento da infecção depende da resposta imunológica do hospedeiro, principalmente dos eventos iniciais da interação do parasito com o hospedeiro. Na infecção humana, os eventos iniciais não podem ser estudados tanto por restrições éticas, como por não ser possível definir o momento em que ocorreu a inoculação da Leishmania. Neste trabalho, foram avaliados os eventos iniciais da resposta imune humana à L.amazonensis, através da sensibilização in vitro de CMSP com promastigotas vivas de indivíduos sadios, sem exposição prévia à Leishmania. Os mesmos voluntários foram submetidos à vacinação contra L. amazonensis com uma vacina monocepa produzida pela BIOBRAS. CMSP de 32 voluntários de voluntários sadios foram sensibilizadas in vitro com promastigotas vivas, e, em diferentes momentos, foram determinadas as concentrações de citocinas nos sobrenadantes das culturas e o fenótipo das células. Após a vacinação, com 40 dias ou seis meses, foram avaliados a resposta imune e o fenótipo das subpopulações de linfócitos. Tanto na avaliação pré vacina, como na de 40 dias pós vacina. foi possível observar dois tipos de resposta: uma com produção de IFN-y em concentrações elevadas, constituída por 50 por cento dos voluntários, e a outra com baixa ou sem produção de citocinas. Neste momento, a produção elevada de IFN-y, no primeiro grupo, estava associada a concentrações também elevadas de TNF-a e de IL-lO, enquanto que, no outro grupo, a concentração destas citocinas eram baixas ou ausentes. Entretanto, com 6 meses pós-vacinação, todos os indivíduos vacinados apresentavam grande produção de IFN-y, após estimulação in vitro com Leishmania, em concentrações semelhantes às dos que a produziam desde o início. Ambos grupos apresentavam TNF-a e IL-lO em baixas concentrações e aumentaram a produção de IL-5, sugerindo uma modulação da resposta tipo Th 1 por linfócitos Th2. Foi evidenciado, também, que os linfócitos T CD8+ parecem exercer papel importante nos eventos iniciais, possivelmente contribuindo para o booster da produção inicial de IFN-y e/ou modulando a resposta, através da produção de IL-IO. A supressão inicial, observada nos voluntários com resposta lenta. parece ser multifatorial, e, aparentemente IL-IO, IL-4 e TGF-13 têm pouca participação nesta modulação. Houve uma correlação positiva significativa para todas as citocinas da resposta in vitro, com a da resposta pós vacina inicial, com 40 dias, sugerindo que o sistema de sensibilização in vitro, utilizado neste estudo, tem a capacidade de prever a resposta de sensibilização pós vacinação. Isto indica que este sistema de sensibilização in vitro significa um importante instrumento no estudo da imuno-regulação da leishmaniose e na triagem de antígenos para vacina.