A experiência museal dos idosos no Museu da Vida: acessibilidade, interação e diálogo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Oliveira, Denyse Amorim de
Orientador(a): Guimarães, Vanessa Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/40098
Resumo: O presente estudo analisa a experiência de visitação de idosos a duas exposições com diferentes propostas expográficas,“Oceanos” e “Oswaldo Cruz -Carlos Chagas” no Museu da Vida/COC/ Fiocruz. Os idosos não costumam frequentar museus como tem sido constatado em diversas pesquisas e, portanto, constituem-se como um público potencial para estas instituições. O objetivo desta pesquisa foi compreender quais fatoresinfluenciam a experiência museal, considerando três aspectos principais:o contexto físico das exposições, as interações sociais e o contexto pessoal dos visitantes.Para sua realização foi utilizadoum questionário semiestruturado autoaplicado, buscando investigar o contexto pessoal dos participantes e suas percepções sobre vários aspectos das exposições. Além disso, foram também realizadas gravações de vídeo para registrar as interações sociais dos visitantes e com os elementos expositivos, incluindo os aspectos de acessibilidade física e afetiva. Os dados coletados nos questionários foram analisados estatisticamente e as respostas às questões abertas foram analisadas qualitativamente e categorizadas de acordo com o conteúdo expresso. Os arquivos de vídeo foram analisados com o software de análise qualiquantitativa online Dedoose®, utilizando códigos específicos de classificação.Os resultados apontaram que embora houvesse algumas questões relacionadas à acessibilidade das exposições e do deslocamento no museu, a maioria dos participantes declarou-se muito satisfeito com a experiência global da visita para ambas as exposições. A análise qualitativa das respostas às questões abertas do questionário revelou predominância da categoria afetiva e envolveu manifestações de emoções que foram em sua totalidade positivas como surpresa, apreciação estética, alegria, satisfação etc. A emoção parece ser o amálgama, o elemento aglutinador da experiência museal positiva para os idosos pesquisados, independente de não haver sido desenvolvida uma programação específica para eles.A interação social com os mediadores/educadores durante a visitação, principalmente quando relacionadas a situações de engajamento mental, mostrouse primordial para conectar os conteúdos expositivos com a vivência dos visitantes desses grupos, permitindo que refletissem sobre os mesmos e incluindo aqueles com baixa escolaridade.A construção de sentidos por meio de associações entre o conteúdo das exposições e as experiências prévias dos visitantes foi o indicador de engajamento mental registrado com maior frequência, seguida pela leitura de painéis, etiquetas e outros materiais impressos, a formulação de questões, a observação de objetos e atitudes contemplativas. Os resultados corroboram com a ideia de que aprendizagem ao longo da vida, que engloba ações centradas no sujeito, independentes do tempo e do espaço, pode ocorrer e ser favorecida dentro de um ambiente de educação não formal, como museus. Por fim, ressalta-se que os museus de ciência, para além de locais de lazer, de socialização, podem contribuir com saberes e reflexões sobre as questões científicas, para faixa de idade mais alta, dentro da perspectiva de aprendizagem ao longo da vida.