Participação em museus de ciências e em ecomuseus: apontamentos a partir da Nova Museologia

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Ribeiro, Alice
Orientador(a): Soares, Ozias de Jesus
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/48622
Resumo: A presente pesquisa, de caráter qualitativo, objetiva, de um lado, analisar em que medida existiriam influências da nova museologia em museus de ciências e, de outro, como os seus postulados habitam os ecomuseus. Através de um levantamento de instituições museais no estado do Rio de Janeiro \2013 a partir do Cadastro Nacional de Museus (CNM) e da plataforma Museusbr \2013 e da definição de critérios de elegibilidade, delimitou-se como campo empírico o Museu da Vida e oMuseu da Maré. Enfocando-se os setores educativos destas instituições, a partir da realização de entrevistas com seus gestores e educadores e da revisão da literatura, um primeiro objetivo específico da pesquisa foi analisar em que medida a nova museologia se apresenta nos discursos dos gestores e educadores do Museu da Vida sobre as práticas de mediação e participação da instituição; um segundo objetivo foi compreender de que maneira os gestores e educadores do Museu da Maré identificam os fundamentos da nova museologia em suas práticas de mediação e participação; o terceiro, por fim, foi identificar as implicações do arcabouço teórico da nova museologia para o campo da educação museal, e particularmente para a educação em museus de ciências. A análise dos dados indicou que, no caso do Museu da Vida, não existe uma visão consensual sobre o tema, mas a maioria dos entrevistados considera o paradigma da nova museologia pertinente e que ele é parcialmente adotado pela instituição, reconhecendo que ainda existem muitos desafios a serem enfrentados para a sua efetiva adoção. O diálogo com a literatura permite identificar o Museu da Vida com a terceira geração de museus de ciências, marcada pela valorização da interatividade e que não apresenta aproximações com a perspectiva da nova museologia. Por outro lado, a instituição busca se atualizar frente as demandas sociais contemporâneas, se aproximando do conceito de quarta geração de museus de ciências, que apresenta alguns pontos consoantes com este paradigma. No caso do Museu da Maré, a nova museologia se apresenta, no discurso dos entrevistados, pelo viés da autonomia dos visitantes, da formação majoritária da equipe por moradores e ex-moradores da Maré, e da veiculação de narrativas que valorizam os espaços favelados e a história da Maré contada pela visão de seus moradores, em uma perspectiva que poderíamos chamar decolonial. Para o campo da educação museal e particularmente para as ações educativas dos museus de ciências, a análise indicou que a nova museologia pode contribuir para a superação da perspectiva da interatividade como forma de gerar um deslumbramento acrítico pela ciência, orientando para uma maior autonomia dos sujeitos no espaço museal, para a valorização de seus saberes e interesses e para o pensamento crítico sobre ciência.