Investigação de populações do complexo Lutzomyia longipalpis em Mangaratiba, Estado do Rio de Janeiro e Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: Tavares-Pinheiro, Juliana
Orientador(a): Figueiredo, Fabiano Borges
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24822
Resumo: Lutzomyia longipalpis lato sensu (l.s) é considerado o principal vetor de Leishmania chagasi, agente etiológico causador da leishmaniose visceral nas Américas. Durante estudos pioneiros no nordeste Brasil, Mangabeira (1969) observou variações fenotípicas entre machos de L. longipalpis que coexistiam em simpatria em Sobral no Ceará, e sugeriu que poderiam se tratar de espécies distintas. Desde então a maioria dos estudos destinados a esclarecer o verdadeiro status taxonômico de L. longipalpis, apontam para a existência de um complexo de espécies incipiente, embora o número de integrantes e suas áreas de distribuição ainda não estejam totamente resolvidos. Recentemente, estudos tem correlacionado variabilidade genética a padrões fenotípicos distintos. Essas diferenças são de grande importância para a saúde pública, não somente pela possibilidade de influenciarem na capacidade vetorial desses flebotomíneos, mas também de sua antropofilia. O presente estudo teve como objetivo analisar as características fenotípicas das populações de machos de L. longipalpis provenientes da Restinga da Marambaia, município de Mangaratiba, estado do Rio de Janeiro e do bairro de Santo Antônio, localizado no município de Mossoró, estado do Rio Grande do Norte, região semi-árida do nordeste brasileiro. As capturas foram realizadas durante o período de 12 meses. Armadilhas do tipo HP foram empregadas, iniciadas às 18 horas e encerradas às 7 horas do dia seguinte, totalizando 13 horas/coleta. Os flebotomíneos machos capturados foram identificados a nível de espécie de acordo com a nomenclatura proposta por Galati (2003) e, em seguida, os machos de L. longipalpis obtidos submetidos à caracterização fenotípica. Todos os machos de L. longipalpis provenientes da Restinga da Marambaia apresentaram o padrão morfológico de uma mancha clara no quarto tergito abdominal, morfotipo predominante também em outras áreas do Rio de Janeiro. No bairro de Santo Antônio, município de Mossoró, identificamos significativa diversidade fenotípica, composta por machos que apresentaram o padrão morfológico de uma mancha clara no quarto tergito abdominal, enquanto outros apresentaram o padrão morfológico de 2 manchas claras no terceiro e no quarto tergito, além do encontro de um fenótipo intermediário representado por machos com uma mancha clara no 4º tergito e 3/4 do trceiro tergito preenchido pela mancha clara. Na última região, variedades morfológicas parecem apresentar importância vetorial com fortes consequências epidemiológicas, tendo em vista a maior incidência da leishmaniose visceral na região nordeste do Brasil, sobretudo no Estado do Rio Grande do Norte.