Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Coutinho, Carolina Fausto de Souza |
Orientador(a): |
Bastos, Francisco Inácio Pinkusfeld Monteiro |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/34067
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Resumo: |
Introdução: O consumo de crack está frequentemente associado a vulnerabilidade social e a população usuária de drogas é bastante suscetível a diferentes agravos à saúde, principalmente de natureza infecciosa, como infecção pelo vírus HIV, pelos vírus de Hepatites B e C, além de sífilis e tuberculose. Objetivo: Descrever aspectos relacionados à saúde de usuários de crack, com ênfase na infecção por HIV e HCV, e auto avaliação de saúde física e o acesso a serviços de saúde e sociais, no Brasil, no período de 2011 a 2013. Artigo 1: Estimação dos fatores de risco para infecção por HCV, em usuários de crack, utilizando modelos de regressão que incorporam a incerteza do teste diagnóstico utilizado. Métodos: Incluíram-se todos os participantes com resultado positivo no teste rápido para detecção do vírus da hepatite C e, para cada sororreagente, 4 indivíduos com resultado negativo foram aleatoriamente selecionados, pareando por sexo, faixa etária e macrorregião do país. Utilizou-se modelos de regressão logística mistos hierárquicos, com e sem incorporação dos valores de sensibilidade e especificidade do teste diagnostico. Resultados: As Estimativas de AOR apresentaram valores diferentes nos modelos com e sem incorporação da incerteza do teste de diagnostico. No modelo que incorporou a incerteza, a chance de infecção pelo vírus do HCV foi de 1,81 vezes maior nos poliusuários, 8,44 vezes maior no uso de drogas injetáveis e 4,40 vezes maior nos que relatam ulcera genital. Conclusão: Pessoas que usam crack estão mais expostas ao risco de contrair o vírus de HCV se já fizeram uso de droga injetável alguma vez na vida; se são poliusuários e se apresentam alguma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ulcerativa. A inserção de sensibilidade e especificidade do teste diagnóstico no modelo de regressão multivariado possibilitou associar fatores de risco e status de infecção em si. Artigo 2: Avaliar o estado físico de saúde autorreferido por usuários de crack de cenas abertas de uso de droga. Métodos: Estimou-se, de forma multivariada e separada por sexo, a associação entre a autoavaliação do estado de saúde com as variáveis selecionadas por meio de regressão logística multinomial. Resultados: Para o sexo masculino, os fatores associados a autoavaliação do estado de saúde ruim foram o poliuso de drogas (AOR = 1,57); uso de crack devido ao preço barato (AOR = 2,02); ter sintomas de tuberculose (AOR = 2,21); feridas na boca (AOR = 2,30); dificuldade de dormir (AOR = 1,64); dificuldade de concentração (AOR = 1,56) e baixa autoestima (AOR = 2,05). Já no sexo feminino, os fatores que influenciaram a autoavaliação do estado de saúde ruim foram a faixa etária de 18 a 30 anos (AOR = 2,22); o uso de crack e similares devido a problemas familiares (AOR = 2,37); baixa autoestima (AOR = 3,87) e ideações suicidas (AOR = 3,69). Conclusão: Os resultados sugerem que para os homens, a questão econômica tem relevância central na sua percepção de saúde. No caso das mulheres, a motivação para uso de crack por perda de trabalho e renda se apresentou como fator protetor frente a autoavaliação de saúde ruim. Diferentemente dos homens, aparentemente, problemas financeiros não influenciam a percepção de saúde das mulheres. A maior parte dos fatores que influenciaram a percepção de saúde ruim entre usuários de crack são fatores emocionais. Ressalta-se a importância de elaboração de políticas públicas de acompanhamento multidisciplinar, incluindo saúde mental e ações de apoio social. Capitulo Número 5: Calcular as prevalências da infecção pelo HIV e HCV e a prevalência de tuberculose em usuários de crack e descrever comportamentos de risco para as IST. Métodos: As proporções foram comparadas por meio do teste do qui-quadrado, considerando-se o nível de significância de 0,05. Resultados: A prevalência de infecção pelo HIV foi de 4,9%, a de infecção pelo vírus da Hepatite C foi de 2,63% e de tuberculose de 1,67%. Conclusão: Os achados evidenciam a vulnerabilidade da população de usuários de crack frente ao risco de contrair doenças infecciosas. Capitulo Número 7: Analisar aspectos de saúde e de acesso a serviços por usuários de crack. Métodos: Análise bivariada, comparando-se as proporções por meio do teste do qui-quadrado e adotando-se o nível de significância de 5%. Resultados: Aproximadamente 27% dos usuários de crack informaram ter acessado algum tipo de serviço de saúde nos 30 dias anteriores à entrevista, com diferenciais por sexo. A maioria (77,2%), relatou ter vontade de realizar tratamento para o uso de drogas. Conclusão: Usuários de crack frequentam de forma esparsa e muito aquém do desejável, serviços de saúde e sociais, o que parece fortemente associado à situação de vulnerabilidade social em que estão inseridos. |