O problema do crack: emergência, respostas e invenções sobre o uso do crack no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: Franco Netto, Francisco de Abreu
Orientador(a): Schütz, Gabriel Eduardo
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24426
Resumo: Esta pesquisa pretende analisar o problema do uso de crack atual no Brasil, a partir de uma fundamentação histórica sobre a emergência das diferentes formas de uso da cocaína e posteriormente do crack e de outros tipos de cocaínas fumáveis. O uso da folha de coca na região andina remonta há mais de 4500 anos, enquanto a cocaína refinada começou a ser utilizada logo após a segunda metade do século XIX em países europeus e americanos. As cocaínas fumáveis começam a ser consumidas na década de 70, com o freebase nos Estados Unidos e a pasta base de cocaína nos países andinos produtores. O crack surge no início da década de 80 nos EUA. No Brasil, os primeiros relatos sobre o uso do crack são de 1989 em bairros da zona leste de São Paulo. Houve um aumento do consumo ao longo da década de 90 na cidade e no estado de São Paulo. Levantamentos feitos na década de 2000 demonstraram um aumento na percentagem do consumo de crack no Brasil, chegando a 0,7 por cento da população brasileira em 2005. Exploramos nesta pesquisa o perfil dos usuários e os contextos e efeitos do consumo de crack, constatando que fatores como a ilegalidade da substância, a marginalização e estigmatização de uma parcela dos usuários e sua vulnerabilidade social influenciam profundamente na sua saúde. Analisamos as práticas de segregação de usuários de crack atualmente em vigor, que se contrapõem às práticas de cuidado, como as estratégias de redução de danos. Defendemos o fortalecimento e multiplicação dos dispositivos de cuidado no âmbito do SUS, como os Centros de Atenção Psicossocial para Álcool e Drogas. Problematizamos a atual condução internacional e nacional da política de drogas, assim como as políticas de cuidado aos usuários conduzidas por alguns governos municipais, estaduais e pelo governo federal. Levantamos algumas experiências internacionais que poderiam ser implementadas no Brasil a fim de minimizar os danos e riscos do uso prejudicial de crack.