A medicina centrada na pessoa: o componente espiritual na abordagem pelo Médico de Família e Comunidade

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Fernandes, Mariana Gomes
Orientador(a): Campos, Carlos Eduardo Aguilera
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Link de acesso: https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/13459
Resumo: A espiritualidade das pessoas parece influenciar a forma como elas constroem as suas narrativas relativas ao processo-saúde doença, incluindo estratégias de enfrentamento de situações adversas.Portanto, questões relativas à espiritualidade podem ser abordadas durante os encontros entre profissionais de saúde e a pessoa. Esse estudo explora, sobretudo, como os médicos de família e comunidade (MFC) percebem essas questões na sua prática, como e quando fazem sua abordagem e quais julgam ser a sua contribuição para a clínica. Esse trabalho apresenta um a análise documental do tema espiritualidade e saúde, seguida de entrevistas semi-estruturadas com10 (dez) MFC. Participaram médicos de diversas nacionalidades, o que foi oportuno para avaliara espiritualidade e o entendimento do processo de adoecimento em contextos sociais e culturais distintos. A análise de conteúdo das entrevistas identificou que os MFC reconhecem a importância das questões espirituais nas narrativas das pessoas, incluindo o processo saúde doença, mesmo não tendo recebido treinamento formal para abordá-las dentro da prática clínica.O fator preponderante para realizar essa abordagem foi a competência que os MFC possuem em realizar a medicina centrada na pessoa (MCP) baseada na narrativa. No caso dos MFC entrevistados, os facilitadores para desenvolver essa competência foram seus interesses pessoais em disciplinas diversas que possuem áreas de interseção com a medicina, como comunicação, psicologia, antropologia e sociologia. Houve entre os MFC concordância quanto a abordagem da espiritualidade contribuir para a criação e o fortalecimento do vínculo entre o médico e a pessoa, através do aprofundamento do diálogo. O próximo passo parece ser oferecer treinamento formal para o desenvolvimento da abordagem da espiritualidade tanto de forma não-estruturada (baseada na narrativa com desenvolvimento de competência em comunicação), quanto associada à estruturada (com uso de ferramentas e instrumentos validados), e verificar se há modificação na sensibilidade do médico para o assunto e suas repercussões na MCP e na relação médico-pessoa.