O sentido da vida percebido pelo enfermeiro e sua dimensão espiritual no trabalho em cuidados paliativos oncológicos: estudo fenomenológico-existencial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: Rocha, Renata Carla Nencetti Pereira
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://app.uff.br/riuff/handle/1/14181
Resumo: O sentido da vida constitui um questionamento de base filosófico-existencial acerca do propósito e significado da existência humana. Tal indagação no trabalho dos enfermeiros em cuidados paliativos oncológicos requer compreendê-los em suas peculiaridades por ser complexo e oportunizar experiências multidimensionais pelo contato contínuo com a finitude humana. Apesar de questões existenciais serem um campo de interesse crescente no âmbito da saúde, há uma lacuna de produção científica sobre a temática. O estudo tem como objetivo geral, desvelar o sentido da vida percebido pelos enfermeiros no trabalho em cuidados paliativos oncológicos no contexto hospitalar e objetivos específicos, descrever o sentido da vida percebido pelos enfermeiros ao trabalhar em cuidados paliativos oncológicos; conhecer a dimensão espiritual implicada no encontro do sentido da vida pelos enfermeiros ao trabalhar em cuidados paliativos oncológicos e discutir a autotranscendência com base em questões existenciais que emergem no trabalho desempenhado em cuidados paliativos oncológicos. Método: Trata-se de uma pesquisa descritiva, qualitativa, embasada na teoria do sentido da vida em Viktor Frankl com viés na Fenomenologia da Percepção em Merleau- Ponty. O campo de estudo foi a unidade hospitalar de cuidados paliativos do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Participaram do estudo 34 enfermeiros. A técnica utilizada para coleta de dados foi a entrevista fenomenológica e a análise dos dados pelo método fenomenológico de Amadeo Giorgi. Resultados: Resultaram quatro categorias temáticas a saber: Desvelando o Sentido da Vida Percebido pelos Enfermeiros no Trabalho, Dimensões Espirituais e o Sentido Existencial no Trabalho, (Des)encontros Existenciais dos Enfermeiros no Trabalho, Autotranscendência no Encontro do Sentido da Vida. Discussão: Por meio do trabalho no cenário de cuidados paliativos oncológicos, enfermeiros representam a própria identidade, constroem a sua realidade e o viabilizam como fonte de vida. Em contrapartida, para alguns enfermeiros o trabalho está associado a um vazio existencial decorrente da impossibilidade de atender suas motivações primárias mediante a constante atmosfera de sofrimento, dor e morte dos pacientes bem como pela desvalorização da instituição a qual atuam no ambiente de trabalho. A dimensão espiritual aparece como a essência fundante da espécie humana e para enfermeiros se apresenta como catalizadora e decodificadora dos fenômenos existenciais vivenciados. Esta dimensão torna os enfermeiros livres e responsáveis por suas ações e os põem em movimentos para fora de si mesmos, para um transcender-se. Em virtude da autotranscendência, ingressam em vivências existenciais profundas que fundamentam a motivação básica pelo sentido pleno da vida no trabalho. Considerações finais: O sentido da vida no trabalho tem relação direta com a dimensão espiritual e é veiculada por meio da autotranscendência. A autotranscendência tem como potencial a transformação pessoal e profissional de cada enfermeiro evidenciando o legítimo “ser” e contribuindo diretamente com melhor desenvolvimento em seu labor com benefícios potenciais ao paciente, família e comunidade