Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
Costa, Ananda Dutra da |
Orientador(a): |
Rosalino, Cláudia Maria Valete,
Valle, Antonio Carlos Francesconi do |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Não Informado pela instituição
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Link de acesso: |
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/25382
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Resumo: |
A paracoccidioidomicose (PCM) é uma doença endêmica no Brasil, negligenciada, que acomete as vias aéreas e digestivas superiores (VADS) causando lesões mucosas, podendo comprometer a qualidade vocal dos indivíduos. A sua forma residual consiste nas sequelas cicatriciais fibróticas decorrentes da doença pós tratamento, que quando ocorre nas VADS pode levar a disfonia. Esta dissertação é composta por dois artigos e teve como objetivo identificar as alterações vocais decorrentes de lesões mucosas das VADS em pacientes com PCM residual e descrever o efeito da terapia fonoaudiológica em sua reabilitação. No primeiro artigo, foi realizado um estudo transversal em 21 pacientes com PCM residual nas VADS. Nestes, a média de idade foi 49,48 ± 9,1 anos, apenas duas (9,5%) eram do sexo feminino. O estudo foi realizado de 1 a 113 meses (mediana de 27) após o final do tratamento medicamentoso. Cinco (23,8%) pacientes apresentaram alteração na laringe como sequela da doença. Através da análise acústica computadorizada pelo Vox Metria verificou-se que 11 (52,4%) apresentavam alteração de Jitter (mediana = 0,6%; IIQ= 0,20-1,29), 15 (71,4%) de Shimmer (mediana = 7,12%; IIQ= 5,70 \2013 15,34), oito (38,1%) de f0 média (média = 136,42 Hz ± 62,11), 4 (19%) de GNE (mediana = 0,72%; IIQ= 0,54 - 0,80), 7 (33,3%) presença de ruído (mediana = 1,39%; IIQ= 1,08 \2013 2,14) e 12 (57,1%) de irregularidade vibratória (média = 4,93± 1,49), demonstrando uma grande frequência de alteração vocal em pacientes com PCM residual No segundo artigo, o objetivo foi descrever o efeito da intervenção fonoaudiológica em pacientes com alteração da qualidade vocal decorrentes de PCM residual nas VADS. Trata-se de um estudo longitudinal prospectivo realizado no período de 2012 a 2015 em oito pacientes com alteração da qualidade vocal decorrente de PCM residual. A média da idade foi de 58,50 ± 10,15 anos e todos eram do sexo masculino. O número de sessões de terapia vocal variou de 5 a 26 com média de 14,88 ± 7,24. Após a reabilitação fonoterápica, ocorreu melhora estatisticamente significativa nos parâmetros acústicos de Irregularidade e Shimmer. Na escala GRBASI, houve melhora estatisticamente significativa nos parâmetros de grau geral de disfonia, rugosidade, soprosidade, tensão e instabilidade. Foi possível observar melhora na qualidade vocal de todos os pacientes com PCM após a reabilitação fonoterápica. Portanto, ao realizar a avaliação da voz dos pacientes com PCM residual nas VADS, observamos que todos eles permaneceram com alteração desta função, mesmo com ausência de lesões ativas na laringe e presença de pouca ou nenhuma cicatriz visível estrutural. Considerando os bons resultados da reabilitação fonoterápica nestes pacientes, com melhora significativa da qualidade vocal, recomendamos que o paciente com PCM deva ser atendido por uma equipe multidisciplinar que inclua além de médi-cos otorrinolaringologistas, fonoaudiólogos capazes de avaliar e reabilitar a função vocal destes indivíduos |